Estava reparando quanto tempo fiquei sem escrever um artigo, durante este período fiquei pensando e queimando os neurônios para expressar algo importante; pensei em colocar algo relacionado ao treinamento precoce, que percebo ainda existir muito intensamente dentro do futebol, não só nas escolinhas de esportes, mas também em equipes de treinamento; pensei em destacar e comparar as formas de ensino, global ou analítico, ou seja um treinamento que estimula a criança em todos os aspectos (global), ou a forma fechada que divide o treino em etapas (analítico ou tecnicista), se preocupando mais com a técnica do gesto motor.
Enfim são muitos os aspectos a serem discutidos, e minha demora em escrever, foi devido ao fato que em meu recente local de trabalho vivo todas estas discussões e relembro os fatos discutidos no meu curso de especialização.
Como é difícil trabalhar com futebol no Brasil? Eu não entraria na sala de um advogado para dar palpites nos seus processos, nem mudaria a planta e desenhos de um engenheiro, muito menos me atreveria a comandar uma cirurgia, alegando que o médico não sabe o que está fazendo..... não tomaria uma atitude destas, no mínimo seria expulso da sala e processado, para não dizer preso por exercício ilegal da profissão. Mas no futebol não é assim todo mundo quer dar palpites, reclamar a forma de treinamento e ainda dar sugestões.....como se o curso de Educação Física, o Bacharelado em Treinamento Desportivo, vários cursos complementares e a especialização em Futebol e Futsal, além de alguns anos como atleta, não significassem nada.
Ouço grandes absurdos, infelizmente algumas pessoas depositam nos filhos toda a sua esperança de crescimento financeiro como pai de atleta no futebol, o que é pior, crianças com seis anos de idade; como vamos determinar o futuro dessas crianças no esporte se os próprios pais já exercem uma enorme pressão psicológica, a ignorância é assustadora.
Volto a frisar e destacar igualmente alguns dos grandes autores de treinamento desportivo e futebol, dos quais destaco: Alcides Scaglia, João Batista Freire, Wilton Santana, Pablo Juan Greco, Julio Garganta, entre outros tantos nomes; a importância do ensino e aprendizagem na infância e adolescência, de forma adequada e principalmente sem pular fases do desenvolvimento infantil, no passado nossos atletas aprendiam brincando na rua e nos campinhos de várzea, não driblavam cones.
Durante a transmissão do jogo Brasil x Argentina, o locutor Galvão Bueno, juntamente com sua equipe de comentaristas, destacou sentir saudades dos tempos em que os jogadores profissionais saiam dos campos de várzea; recordei da minha infância e a quantidade de campos a disposição, a segurança não era preocupação e nós tínhamos liberdade de movimento, sem contar das bricandeiras de rua, que infelizmente hoje estão esquecidas. Estamos limitando o acervo motor de nossas crianças, digo estamos, porque muitos professores para se manterem no cargo, se submetem as pressões de muitos pais, dirigentes e coordenadores, expondo seus alunos a treinamentos psicologicamente cansativos e desestimulantes, determinando o fim da carreira de muitos Robinhos, Romários, Pelés, Zicos, Garrinchas, Rivelinos e Tostões do futebol.
Prof. Esp. Adelson Souza
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