Depois de um período de quarentena, pois é, fui infectado pelo novo Coronavírus, volto a postar.
Espero não passar pela experiência novamente.
Vamos aprender um pouco mais?
Postei o resumo e a introdução deste artigo excelente, boa leitura e bons aprendizados.
Um abraço!
AVALIAÇÃO FÍSICA PARA DETECÇÃO DE TALENTOS NA ESCOLA
Renato Silva Barbosa Maziero
Roseani Ajuz
Fernando Tonet
RESUMO
O presente artigo teve como principal objetivo utilizar a avaliação física como instrumento de detecção de talentos nas escolas públicas e privadas da cidade de Curitiba. As valências físicas analisadas e medidas corporais foram: resistência, velocidade, força, agilidade, flexibilidade, imc, peso e estatura. A amostra foi constituída de 596 alunos (237 do sexo masculino e 359 do sexo feminino), Foram realizados testes de avaliação física, aplicados em alunos pertencentes a escolas de Curitiba na faixa etária compreendida entre 10 e 16 anos. As escolas foram selecionadas por acessibilidade, considerando autorização de direções para realizar os testes e, dentre estas, as que possuíam maior número de alunos matriculados. Foram encontrados resultados satisfatórios, em diversas valências físicas nos alunos pesquisados em ambos os sexos, de modo que esta pesquisa permitirá o retorno às escolas participantes da amostra, como forma de incentivo e indicação ao trabalho esportivo direcionado de acordo com os resultados encontrados nas avaliações físicas. Portanto, deve-se dar mais atenção às atividades físicas escolares, pois é o local onde geralmente aparecem os grandes talentos esportivos e que muitas vezes passam despercebidos pelo fato de não haver uma seleção mais apurada por parte dos profissionais envolvidos no processo.
INTRODUÇÃO
Muito se tem falado que o Brasil é um celeiro de atletas, mas, de que maneira podemos avaliar estas crianças para o melhor direcionamento na sua performance desportiva? Que é iniciada nas escolas e posteriormente nos clubes. Sendo a avaliação física muito utilizada por equipes de alto rendimento, na maioria das vezes em atletas já adultos, o mesmo não ocorre com os principiantes, nem mesmo em espaços escolares. A avaliação física aplicada corretamente pode nos conduzir a horizontes de melhor aproveitamento, para melhor direcioná-los para o desporto onde os indicativos apontem maior talento, mesmo se esses atletas não venham a confirmar serem talentos no futuro. É notável a importância da avaliação física para o desporto, uma vez que sem a utilização da ciência não é possível obter resultados confiáveis.
Ao refletir sobre tais afirmações surge um questionamento inevitável: é possível detectar talentos utilizando a avaliação física como meio para alcançar os objetivos?
É a resposta a este questionamento que este trabalho propõe-se a demonstrar, ou seja, que é possível avaliar estes alunos e detectar talentos esportivos nas escolas e ainda, utilizar os testes de avaliação de performance desportiva para detecção de talentos.
Considerando que os trabalhos realizados no campo da Educação Física escolar, bem como as publicações científicas apresentam raridade de pesquisas no que se refere à avaliação física para a detecção de talentos nas escolas, justifica-se o presente trabalho, visando demonstrar que através da avaliação física nas escolas é possível encontrar e/ou detectar talentos para as diversas modalidades desportivas praticadas no estado de Paraná, especificamente na cidade de Curitiba. Através de aplicação de testes de avaliação física, conseguiremos detectar talentos com os instrumentos propostos utilizando testes de resistência, velocidade, força, agilidade, coordenação e flexibilidade, imc, peso e estatura.
É sabido que, em vários países, como por exemplo, Alemanha, Rússia, Austrália, Cuba, entre outros, a detecção de talentos trabalha com a verificação do perfil do atleta no campo morfológico, fisiológico, bioquímico, antropológico, étnico-genético, psicológico e com o aporte biomecânico e estatístico, assim como outros segmentos. Muitos têm sido os estudos realizados por pesquisadores de diferentes países e continentes propondo modelos e metodologias para a identificação e desenvolvimento de “talentos esportivos” tais como os de: Gimbel, 1976, Montpett & Cazorla, 1982, Harre, 1982, Bompa, 1985, Matsudo, Rivet & Pereira, 1987, entre outros, citados por REVISTA UNIANDRADE v.10/n.01, Janeiro – Junho 2009 Página 51 Greco & Benda, 1998. No entanto permanecem inúmeras dúvidas sobre a melhor forma de diagnosticar e prognosticar as possibilidades de alto desempenho das crianças e jovens atletas, significando que esse campo de pesquisa permanece aberto aos interessados (RÈGNIER, et al., 1993). Tudo isto com o intuito de poder polemizar e aproveitar o raro “ser talento esportivo”.
Em maior ou menor grau, as qualidades das características para o alto desempenho desportivo são determinadas geneticamente, o que sinaliza para o fato de que as componentes das características do talento têm um caráter multifatorial, assemelhando-se assim à própria descoberta pela ciência do genoma humano, tratando-se de potencialidades que a pessoa traz em seu patrimônio genético desde o instante da concepção que vão se desenvolvendo e maturando ao longo da infância e puberdade, esperando apenas o momento de serem reveladas para cumprirem suas funções. Em sua estrutura e função, o corpo humano é composto de sistemas que se interagem para promoção de movimentos por meio do sistema músculo-esquelético, sob o controle do sistema nervoso central composto em uma de suas divisões estruturais pelo cérebro e medula espinhal (WATKINS, 2001).
Muitas vezes, confunde-se precocidade com talento, o que, necessariamente, não possa existir. O atleta precoce parece ser talentoso, devido a sua boa aptidão física e técnica (mais física do que técnica), naquele período do seu desenvolvimento, porém, isso, muitas vezes é irreal, já que ele supera os atletas, de desenvolvimento normal ou lento, apenas neste período, porque ambos, quando se tornam adultos, igualam-se em termos físicos (às vezes, os de desenvolvimento normal ou lento até superam) e, sendo os de desenvolvimento normal ou lento, até mais habilidosos (por terem trabalhado muito a parte técnica, para compensar o baixo rendimento físico, já que este era ainda deficitária) podem ser estes os verdadeiros talentosos que, muitas vezes são deixados de lado, por não terem apresentado, ainda, um processo maturacional.
Aptidão física é uma variável de grande importância, pois permitem uma informação mais concreta das características físicas, as mais predominantes do atleta. Sabe-se que estas devem ser acompanhadas, também, durante todo o processo de desenvolvimento do atleta para se ver o grau de sua evolução, além de seus índices máximos alcançados.
Para Böhme (1995), seleção de talentos esportivos é a denominação dada aos meios utilizados para a determinação dos indivíduos que têm condições de serem admitidos no nível superior de treinamento sistematizado em uma especialidade esportiva, objetivando um alto nível de desempenho esportivo na modalidade para a qual possui predisposições motora e psíquica.
De acordo com Filin (1996), durante as etapas de treinamento de longo prazo, devem ser realizadas as observações pedagógicas, médico-biológicas, psicológicas e testes de controle com o objetivo de determinar os pontos fortes e fracos da preparação dos participantes; é neste período da preparação do jovem esportista, que deve ser resolvido definitivamente a questão do verdadeiro potencial esportivo individual.
Hebbelinck (1989) entende que a capacidade de se comparar qualquer indivíduo com padrões e perfis de atletas de alto nível de desempenho esportivo é a chave da busca por procedimentos bem sucedidos para identificar e desenvolver o talento no esporte.
Para Mathews (1980), “aptidão física, é um estado dinâmico de energia e vitalidade que permite a cada um, não apenas realizar as tarefas diárias, as ocupações ativas das horas livres e enfrentar emergências imprevisíveis sem fadiga excessiva, mas também ajuda a evitar doenças hipocinéticas”.
Agilidade – caracterizada pela capacidade de realizar trocas rápidas de direção, sentido e deslocamento da altura do centro de gravidade de todo o corpo ou parte dele (STANZIOLA E PRADO, 2000).
Para PATE, 1983, os componentes de aptidão motora e aptidão física relacionada à saúde nem sempre têm sido claramente distinguidos uns dos outros. A aptidão motora está relacionada diretamente à performance, pois seus testes exigem, em grande parte, agilidade, velocidade, força, potência, resistência muscular, equilíbrio etc. (Bateria de Testes da Cahper, 1966; Bateria da AAHPERD, 1954; Bateria do ICSPFT, 1964, apud LARSON, 1974).
Segundo Barbanti (1996), todos os movimentos desenvolvem-se nas articulações e quanto maior a amplitude de oscilação, maior será a flexibilidade.
Sharkey (1990), citado por GUEDES & GUEDES (1997), define potência como capacidade motora expressa pela relação inversa entre esforço máximo e tempo de realização desse esforço, ou seja, “representa a relação entre o índice de força apresentado por um indivíduo e a velocidade com que o mesmo pode realizar o movimento”.
Para a execução de uma pesquisa cientifica é necessário que o avaliador tenha conhecimento relativo ao assunto. Segundo a fisiologista Cláudia Zamberlan, “é através da avaliação física que se pode saber como está o aluno fisicamente. Ou seja, se ele apresenta alguma dor, patologia, se já praticou alguma atividade física e quais são seus objetivos na prática do exercício”.
Detectar deficiências, permitindo uma orientação no sentido de superá-las.
Assim, faz-se necessária a utilização de algumas definições, como forma inicial de estudo no campo da avaliação física, atentando-se para massa corporal, estatura e composição corporal.
Massa corporal: “é o resultado do sistema de força exercidas pela gravidade sobre a massa do corpo” (FRANÇA E VIVOLO, 2000).
Estatura corporal: “compreende a distância entre dois planos que tangenciam respectivamente a planta dos pés e o vértex (ponto mais alto da cabeça)” (FRANÇA E VIVOLO, 2000).
A composição corporal refere-se ao percentual relativo de peso corporal representado por gordura e tecido isento de gordura (massa gorda e massa magra).
Nesse sentido, Matiegka (1921), propôs um método antropométrico para fracionar o peso corporal nesses quatro compartimentos, mas que não teve grande repercussão entre os estudiosos da composição corporal, pois ao somar os valores obtidos por seu método para cada um dos componentes encontrava-se, muitas vezes, um valor bastante discrepante em relação ao peso corporal total do indivíduo.
Para mais informações, CLICA NO LINK 👉A Coordenação Motora e sua importância para a formação do jovem atleta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário