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sábado, 20 de outubro de 2012

Histórico da preparação física no futebol.



Olá pessoal?
Estava lendo alguns artigos sobre treinamento e preparação física no futebol quando encontrei este bastante interessante do professor Fábio Cunha,  e resolvi postá-lo.


HISTÓRICO DA PREPARAÇÃO FÍSICA

Prof. Ms. Fabio Cunha
CREF 003535-G/SP

   A preparação física no futebol é um dos fatores que mais evoluiu nas últimas décadas e continua evoluindo. O conhecimento do condicionamento físico para o futebol é de vital importância para o sucesso de uma equipe dentro de uma competição.
   Os primeiros indícios de treinamento físico no Brasil datam do início do século passado, por volta de 1904. As equipes paulistas tentaram substituir os treinamentos que reproduziam partidas, por outros tipos de treinamentos. O motivo inicial talvez tenha sido a dificuldade de se encontrarem atletas para realização desses treinos. O emprego de exercícios de condicionamento físico, como corridas de 100, 200, 400 e 800 metros, além de luta romana, ginástica alemã e halteres, passou a ser rotina entre as equipes. O importante a ser ressaltado era a preocupação com a força e não com a velocidade dos atletas (SANTOS NETO, 2000).
   Finalmente, a primeira atuação de um preparador físico ocorreu na Copa do Mundo de 1954, com a presença em algumas seleções de um elemento junto ao técnico, com a finalidade de dirigir as atividades físicas da equipe (BARROS, 1990).
   Na Seleção Brasileira, em 1958, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos) convidou um professor, ex-jogador de futebol que exercia a função de treinador em um clube do Rio de Janeiro, para auxiliar o técnico da Seleção. Foi, portanto, o primeiro preparador físico no Brasil. Com o resultado no mundial, surgiram os primeiros preparadores físicos nos clubes. Nessa época, havia o conceito de que o preparador físico deveria ser um homem forte, de hábitos rudes, e que deveria exigir o máximo dos jogadores em atividades estafantes, nas quais não se verificavam os aspectos científicos do treinamento físico. Imperava no Brasil a fase de preparadores físicos militares. Coronéis, majores, capitães, tenentes, sargentos ou até mesmo policiais civis proliferavam nos clubes. Essa fase durou por muitos anos e acarretou sérios problemas entre jogadores e militares (BARROS, 1990).
   Com o insucesso do Brasil na Copa do Mundo de 1966, muita coisa pode ser observada. Somente o aspecto técnico não era mais fundamental para se vencer uma Copa do Mundo. Outro agravante foi que o nosso preparador físico nunca havia trabalhado com futebol, mas sim em esportes de luta e na caça submarina. Chegava a hora de uma mudança! Já na Europa, as seleções eram treinadas com base em um novo método de treinamento, chamado treinamento em circuito, criado por um belga. Quatro seleções européias (Inglaterra, Alemanha, Portugal e Polônia) ocuparam os quatro primeiros lugares (BARROS, 1990).
   A Copa da Inglaterra foi um marco para a preparação física. Com a criação do sistema de marcação homem a homem pela equipe inglesa, o condicionamento físico era fator preponderante para o sucesso deste esquema. A diminuição dos espaços era o objetivo principal. A Inglaterra demonstrou que o seu sistema era efetivo, com isso a preparação física a partir daquele momento tornou-se um aspecto importante e indispensável no planejamento e treinamento do futebol (GONCALVES, 1998).
   Com o sucesso da Seleção Portuguesa nesse mundial, tendo um treinador brasileiro, Otto Glória, o futebol brasileiro começou a aprender um pouco mais sobre o porquê do “futebol força”, praticado nessa Copa. Em meados de 1968 começou-se a ter uma evolução maior no aspecto científico do treinamento pela atualização e estudo de nossos profissionais na Europa. Essa atualização contribuiu muito para a nossa seleção de 1970, iniciando a fase científica do treinamento do futebol no Brasil (BARROS, 1990).
   RIGO (1977) enfatiza que até 1970, ano em que o Brasil conquistou o tricampeonato, poucos eram os clubes no país que faziam uma preparação física e bem menor era o número de equipes que utilizavam métodos modernos e científicos.
   Estudos realizados por KNOWLES e BROOKE; WHITEHEAD, citado por BARBANTI (1996); REILLY e THOMAS, citado por MAYHEW e WENGER (1985) e BARBANTI (1996) comprovam que durante a década de 1970, existia uma preocupação e um interesse com a investigação científica no futebol com o intuito de auxiliar a preparação física dos atletas, determinando os sistemas energéticos que predominavam no esporte, através de uma análise de movimento realizada durante as partidas de futebol. Estudos semelhantes foram realizados por BRODIE; WHITERS et al., citado por MAYHEW e WENGER (1985) durante os anos de 1980.
   A importância de um profissional capacitado nos clubes é fundamental. O preparador físico deve estar presente em todas as categorias e não somente na categoria profissional, pois existem intensidades e cargas diferentes para cada faixa etária.

   Hoje o aspecto científico do treinamento físico está muito desenvolvido. Os profissionais se especializam cada vez mais utilizando computadores e os mais variados aparelhos eletrônicos possíveis, para determinar o nível de condicionamento e a evolução dos atletas. Portanto, percebe-se que a preparação física evoluiu de tal maneira que seria impensável a falta de um profissional especializado em treinamento físico integrando a comissão técnica de um clube.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A evolução dos esquemas táticos - 2ª parte.




O ESQUEMA 4-4-2:
O lateral ofensivo: Inicialmente pela não existência do ponta adversário do seu lado e posteriormente já como estratégia de jogo, o seu posicionamento mais avançado "força" o recuo de mais um atacante, originando o 4-4-2.

4-4-2. novamente algumas diferenças na formação do ataque que pode ser com 2 pontas de lança ou com 1 ponta de lança e 1 ponta, acentuando o vazio ofensivo em partes do campo. E, ainda, notando-se que tanto o meio de campo como a defesa não jogam mais "em linha".
Na realidade, quando se fala em 4-4-2, quer dizer que são 4 defensores, 4 meios de campo e 2 atacantes. A característica e a dinâmica de cada um é que fará a diferença.

OS ESQUEMAS 4-5-1
A subida do ala, que ora pode estar no meio-campo, ora no ataque, por sua vez faz com que os jogadores meios-de-campo adversários em minoria (5x4) passem a necessitar do apoio da sua defesa (que tem que se adiantar).
A movimentação dos atacantes e até a busca da desmarcação e do espaço para receber a bola faz com que 1 dos atacantes recue, como se fosse 1 homem de meio- campo, formando assim o 4-5-1. Algumas equipes já começam o jogo com 1 atacante, fazendo de uma circunstância uma constante.
O bom preparo físico com a constante movimentação, estabeleceu 2 novos conceitos: função e não mais posição e a marcação por setor ou mista (individual no setor). Os laterais marcam quem cair no seu setor e apóiam quase sempre (alas) os zagueiros procuram sempre um marcar e o outro "sobrar" dependendo do setor do atacante, muitas vezes alternando-se nessas funções.

O ESQUEMA 4-6-O
Como podemos notar, a formação defensiva, com 4 jogadores, mais o cabeça-de-área, faz com que em minoria (2x5) os atacantes, primeiro 1, e em alguns casos até os 2 recuem, formando um mesmo bloco com o meio de campo, surgindo então, o 4-6-0.


O SISTEMA IDEAL

Qual seria o sistema ideal?
No geral, deve ser equilibrado na divisão dos jogadores pelo campo de jogo, com dinâmica que possibilite boa desmarcação, para evoluir com a bola e atingir o gol adversário e por outro lado, a marcação e a cobertura para evitar ataque adversário.
A dinâmica atual do futebol exige dos jogadores o cumprimento de definições que são determinadas pela posse ou não da bola. Todos têm função ofensiva ou defensiva.
Aos laterais ou alas, cabem entre outras funções: a marcação dos adversários que penetram pelas pontas. com ou sem a posse da bola; cobrir o zagueiro do seu lado, aparecer para receber a bola no meio-de-campo, evoluir com a bola pelas laterais; fazer cruzamentos e até finalizações; tem que ter boa resistência física.
Aos zagueiros cabe principalmente a função de vigiar a área e suas proximidades, evitando finalizações. Nunca deverá existir um adversário desmarcado nesse setor. A atenção deverá persistir mesmo com o time no ataque.
Nas funções de meio-campo apesar de alguns serem mais marcadores e outros mais criativos, deve-se desejar que todos, além de saber "guardar posição", saibam sair jogando, lançar e finalizar. Não devem deixar nunca que o ataque se isole na frente. A função de atacante é sobretudo de criação, as manobras táticas ajudam, mas a desmarcação, o posicionamento em relação a bola, a finalização e o "improviso" farão a diferença. As mudanças recentes nas regras do futebol, restabeleceram um pouco das suas origens. Criado da cisão com o RUGBY, que permitia o uso dos pés e das mãos, foram feitas algumas concessões ao goleiro, agora abolidas. Hoje o goleiro que não souber também jogar com os pés, perde em muito na eficiência do conjunto da sua equipe.
Duas equipes podem ter o mesmo sistema, o que fará a diferença será a característica e a técnica individual de cada jogador e a tática da equipe.
POSSE DA BOLA: a estratégia de evolução e finalização, bem como a retomada de bola do adversário, são a essência da tática de uma equipe.


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A evolução dos esquemas táticos - 1ª parte.





ESQUEMAS TÁTICOS
Américo Faria (Brasil)

ESQUEMAS HISTÓRICOS


1 - 1 - 8 (1823) - A tática utilizava 2 defensores e 8 atacantes, onde um dos defensores atuava bem próximo da linha de 8 atacantes e o outro bem atrás.
1 - 2 - 7 (1870) - Um dos atacantes passa a formar uma linha de dois bem próximo dos 7 atacantes.
14/06/1925 - Com a mudança da lei de impedimento, diminuindo de 3 para 2 o número de adversários que um atacante deveria ter pela frente para não estar impedido, surge o "W" ofensivo: 5 atacantes (2 pontas e um centroavante com 2 meias bem próximos), permanecendo os 3 meios-campos e os dois defensores jogando mais em linha.
DIAGONAL (1941) - Resposta brasileira, uma vez que os Centros-Médios brasileiros (grandes estrelas da época) não aceitavam a função de marcação. Um dos médios recuou e o outro se adiantou, com os defensores afastando-se para a direita ou para a esquerda, no caso do recuo do médio direito.
2 - 2 - 6 (1871) - O esquema tático define-se, ao se delinear uma linha, bem próxima dos atacantes mais unida com um defensor muito próximo dessa linha de 2.
2- 3 - 5-Clássico (1883)-O esquema tático, empregava goleiro, 2 defensores continuavam bem mais à frente, da linha de impedimento, 3 meios de campo e 5 atacantes.
"WM" (1932) - 7 anos após, é criado o "M" defensivo em resposta ao "W" ofensivo. Os 3 meios de campo foram reduzidos para 2, jogando mais fechados. A defesa passou a ter 3 jogadores, com o recuo do CENTRO-MÉDIO e "abertura" dos outros 2 defensores.
1950 - Grande sucesso do futebol brasileiro, mas com deficiência defensiva.
1954 - Transição para o 4-2-4. com o avanço de um dos "meias" (formando o 4º atacante) e o recuo do outro, passando a ser um jogador de meio-campo, mas ainda com 3 defensores.
4-2-4 - (1958) -A formação do ataque com 4 atacantes forçou o 4° zagueiro na formação da defesa. Em alguns clubes, central esquerdo, em outros, o central direito.
4-2-4 - Funções dos 4 atacantes: 2 pontas jogando bem abertos, procurando a linha de fundo para o centro ou entrando em diagonal para finalização, com característica de velocidade. Os avantes, buscando a área para receber os cruzamentos e finalização e também "tabelando" um com o outro, com características de força.
4-2-4 - Função dos médios: Um jogava mais solto no ataque, com características de grande habilidade e criação. O outro, mais fixo, marcando o médio ofensivo adversário, com grande resistência e muito senso de cobertura, era bastante sobrecarregado.
4-2-4 - Transformou-se em 4-3-3. Inicialmente o ponta esquerda ZAGALLO com suas características de atacante, que também ajudava o meio campo, formando o seu 3° homem, sendo portanto um sistema de distribuição mais equilibrada entre os 3 setores: (defesa, armação, ataque).
4-2-4 - Função dos defensores: Os laterais marcavam os pontas adversários e "cobriam" o central do seu lado. Os centrais marcavam os avantes e "se cobriam" ajudando também, eventualmente o lateral do seu lado. Na marcação individual, geralmente um posicionava-se mais à frente que o outro acompanhando os avantes.
4-3-3 - Conservando os 4 defensores com 3 meios de campo, um dos quais com características ofensivas, 3 atacantes 1 ponta e 2 avantes, deixando inicialmente um vazio em uma das pontas.



segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Ex-aluno em destaque.



Olá Pessoal!

Enfatizar a dedicação e força de vontade é algo que sempre destaco quando tenho que falar de amigos e ex-alunos que buscam um lugar no mercado do futebol, e se a posição que este aluno escolheu para si for a de goleiro, então nem se fala; o atleta em questão chama-se Reinaldo Hourneaux, que conheci quando ele ainda era sub 13.
Iniciou no futsal se destacando por sua agilidade e explosão tendo que se adaptar ao futebol de campo, algo que na minha opinião aconteceria com naturalidade; conosco disputou vários torneios e campeonatos conquistando além de títulos, o destaque como  melhor  goleiro várias vezes.

Foi tricampeão da liga de Futebol Society de Cubatão, terceiro colocado na Copa das escolas do São Paulo Futebol Clube em Sorocaba; titular na Liga de Futebol de Santos durante algumas temporadas, e depois foi jogar na equipe do Comercial de Ribeirão Preto em 2010 para a disputa do Campeonato Paulista da categoria sub 15.


Com esta primeira oportunidade adquiriu ainda mais experiência,  e em 2011 se transferiu para o Esporte Clube União Suzano nas categoria sub 16 e 17, atualmente está fazendo parte do grupo da Associação Desportiva Guarujá, onde foi relacionado para as equipes do sub 17 a sub 21.
Como treinador de goleiros, atuo pela Portuguesa Santista, Jabaquara, São Bernardo, Cruzeiro e no momento faz parte da equipe do São Paulo.


Todos sabemos das dificuldades que serão encontradas, mas como sempre digo: ¨A sorte é a união da oportunidade com a capacidade¨, poucos percebem este detalhe e o Reinaldo está na luta, sempre em busca da sua capacitação.





 Boa sorte meu amigo, estamos torcendo por você.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Conteúdos Técnicos-Táticos - Futsal


Olá pessoal?

Depois de algum tempo sem publicar novos artigos, darei continuidade sobre a formação no futsal.

Conteúdos Técnicos-Táticos.
                   Antes da apresentação dos conteúdos técnico-táticos e das metodologias normalmente utilizadas, torna-se imprescindível, conhecer melhor a modalidade.
                   O futsal apresenta características semelhantes aos outros esportes coletivos, tais como:
§  Existe a noção de confronto, ou seja, há momentos de oposição pelos adversários e de colaboração dos colegas (GRECO, 1998);
§  Acontecimentos cuja freqüência, ordem cronológica e complexidade não podem ser previstas antecipadamente, ou seja, de grande imprevisibilidade ambiental (GARGANTA, 1995);
§  Apresenta uma série de parâmetros a serem inter-relacionados: a bola, o espaço, o objetivo do jogo (gol, ponto, etc.), o regulamento (tempo de jogo, espaço de jogo ou delimitações do campo, número de jogadores, formas permitidas de jogar a bola, características da bola, formas de comportamento perante o adversário, punições e penalidades), colegas, adversários, público e situação (GRECO, 1998, baseado em BAYER, 1986);
§  Dependência do parâmetro situacional: as ações dos atletas mudam conforme a situação ambiental (placar do jogo, jogo em casa ou fora, jogador a mais ou a menos na equipe, etc.) inter-relacionada com os objetivos do jogo (GRECO, 1998).
                   Mas, também, alguns aspectos específicos que o diferenciam de outras modalidades, tais como:
a) Utilização do espaço de jogo e tipo de participação dos atletas;
As ações se desenvolvem em um espaço comum, com participação simultânea de atacantes e defensores em relação à bola, sem esperar a ação final do adversário, desde o momento em que se tem seu controle ou não, até alcançar os objetivos do jogo.
b)  Dimensão do Terreno de Jogo e Número de Jogadores
Tendo como referência as dimensões sugeridas pela FIFA, o jogo de futsal desenvolve-se num espaço de aproximadamente 40 metros de comprimento por 20 metros de largura (800m2). Uma vez que as regras permitem a livre circulação dos 10 jogadores (5 de cada equipe) por todo o espaço disponível, cada atleta possui a seu dispor aproximadamente 80m2 (OLIVEIRA, 1999).
b) Controle da Bola
     Apesar de ser o esporte de quadra que apresenta a maior área de jogo disponível por jogador, quando comparado a outras modalidades esportivas, o espaço não pode ser considerado grande quando leva-se em conta a coordenação ou controle óculo-pedálico exigido do objeto de jogo (bola), diferentemente de outras modalidades esportivas (handebol, basquetebol, voleibol, etc).
c) Duração do Jogo
O tempo de jogo é efetivo (cronometrado), diferentemente do futebol e handebol, ou seja, no futsal a cada interrupção do jogo (faltas, gols, bola fora de jogo, etc) o cronômetro é travado pelo cronometrista e é iniciada a contagem somente quando a bola está em jogo novamente (segundo os critérios determinados pela regra), semelhante ao basquetebol.
d) Freqüência  de Finalizações e Êxitos
De acordo com  GARGANTA e PINTO (1995), no voleibol, basquetebol e handebol, a relação entre as ações de finalização e os êxitos quantificáveis é de aproximadamente de 2x1 e no futebol é de 50 para 1. No futsal, tendo em vista o estudo realizado por  SANTANA (2001), que analisou a final do Campeonato Mundial da Guatemala/2000, entre Brasil e Espanha,  a relação observada foi de 9 para 1.
e) Colocação dos Alvos
A colocação das metas na vertical, como no handebol e futebol e diferentemente no voleibol e basquetebol, faz  “variar” a sua largura aparente, em função da posição  (ângulo) em que estão sendo visualizados pelo jogador (GARGANTA e PINTO, 1995).
                     A idéia de caracterizar a modalidade é destacar o seu ambiente de grande imprevisibilidade, demonstrando claramente a necessidade da formação de atletas inteligentes nas categorias de base, ou seja, capazes de se adaptarem rapidamente às situações-problemas que surgem, tendo em vista as exigências motoras e cognitivas do jogo.
Exigências Motoras:
-Capacidade coordenativas desenvolvidas (ritmo, orientação, equilíbrio, acoplamento, reação, mudança e diferenciação);
-Consistência e adaptabilidade movimentos;
-Sucesso na execução das habilidades (variabilidade e precisão);
-Otimização da lateralidade;

Exigências cognitividade:
-Captação mais eficiente da informação, com rápido reconhecimento das circunstâncias;
-Capacidade de alternância da atenção e de antecipação
-Processo decisional mais rápido e preciso

Até mais!!!!

sábado, 9 de junho de 2012

Aspectos importantes no futsal.



Olá pessoal?

Vou iniciar uma série de artigos sobre futsal, abrangendo tanto o aspecto da formação de atletas iniciantes, como o treinamento de alto nível. Considero um tema importante, tendo em vista que os jogadores em evidência no Brasil, tiveram sua formação inicial no futsal; como atualmente desenvolvo atividade exclusivamente dentro do esporte com a bola nos pés em quadra, e com a discussão constante sobre a importância do futsal na formação do jogador de futebol de campo, considerei de muita importância este tema, o vídeo publicado anteriormente, estou atuando como treinador da categoria sub 09, da escola do Santos Futebol Clube, e vivo intensamente todas estas experiências discutidas.
Gostaria de destacar que os temas apresentados foram elaborados pelo Prof. Pablo Ramon Coelho, e discutidos no curso de especialização em futebol e futsal da Universidade Gama Filho.

Sistema de Formação no Futsal.
Inicialmente, torna-se fundamental entender como ocorre ou deveria ocorrer o processo de formação de atletas de futsal, nas chamadas categorias de base. Muitas vezes, este processo não é questionado, tendo em vista os resultados esportivos, tanto em nível das equipes (clubes e seleções) como no constante surgimento de grandes atletas de futsal, no alto nível de rendimento. Vários são os motivos para este “sucesso do futsal”, tais como: influência do futebol, fácil operacionalização, prática nas escolas, nível de representatividade, ser um esporte democrático e participativo, alto nível de participação técnica e motora da criança durante o jogo e, atualmente, a presença de um ídolo no esporte (Falcão).
Entretanto, apesar destes vários aspectos positivos, pode-se questionar se o processo de formação aproveita da melhor maneira estes aspectos, ou seja, se todo este potencial formativo está sendo potencializado.
Assim sendo, a apresentação das estruturas que dão suporte a este processo, é pré-requisito para melhor compreender as possibilidades de desenvolvimento técnico-tático e as metodologias empregadas.
                   Relativa às idades/faixas etárias dos praticantes da modalidade:
- Chupetinha (6 anos); mamadeira (7 anos); iniciantes (sub 9); pré-mirim (sub 11); mirim (sub 13); módulo i (colegial,sub 14); infantil (sub 15); infanto e módulo II (colegial, sub 17); juvenil (sub 20) e adulto.

Estrutura Substantiva e Metodológica:
Relativa aos componentes do rendimento esportivo e as possibilidades de desenvolvimento dos mesmos.
- Aspectos técnicos, táticos, biotipológicos, sócio-ambientais, físicos e psíquicos. A ênfase em nossa abordagem será relativa aos aspectos técnicos e táticos e as diferentes formas de desenvolvê-los.
A apresentação do processo de formação do atleta de futsal, representado pelas estruturas citadas, permitirá a discussão de como os treinadores estão inseridos num amplo sistema, em que suas decisões são fortemente influenciadas.
A escolha dos conteúdos a serem abordados nos treinamentos, bem como a forma de desenvolvê-los podem sofrer grande influência do sistema em que ele está inserido, seja num âmbito maior como da própria estrutura do esporte, ou num contexto mais reduzido, como por exemplo, a forma como seu clube/escola encara o processo.








quarta-feira, 14 de março de 2012

De quem é a tarefa de ensinar futebol?

Olá?


Neste blog, comecei escrevendo algumas das minhas experiências dentro do esporte e destacando alguns professores pesquisadores do futebol, e principalmente a forma de ensiná-lo.
Uma das coisas que mais me incomoda, é a forma de ensinar o futebol, a quem, e como deve ser ensinado; eu já postei vários artigos a respeito, entretanto, escrevo novamente para esclarecer algumas dúvidas. Tive essa iniciativa depois de uma conversa com um amigo, o Clailson, do qual sou seguidor no blog: ¨O dono da bola¨; nós conversávamos sobre futebol quando ele disse que uma vez uma pessoa afirmava em uma discussão que a qualidade duvidosa de alguns jogadores no Brasil era motivada pelas escolas de futebol e principalmente de como era ensinado o esporte nestas tais escolas; em princípio discordei, mas analisando com calma e refletindo um pouco, sou obrigado a concordar em parte desta afirmação.
Como já disse, neste blog estão postados vários artigos sobre aprendizagem e ensino do futebol, para não dizerem que são ideias minhas e sem fundamento, coloquei alguns artigos de doutores e professores renomados, e algumas experiências vivenciadas por mim, bem como relatei algumas conversas com outros profissionais da área.
Realmente é bem discutida a qualidade duvidosa de alguns atletas, tendo em vista que no passado a maioria dos clubes de futebol eram recheados de craques de alto nível, e a maioria deles oriundos dos campos de várzea, somente vivenciando o treinamento específico do futebol na fase de especialização, por volta dos 16/17 anos, não haviam as categorias menores, e por consequência a aprendizagem sem pressão e divertida.


Atualmente houve muita mudança, alguns pais correm para que seus filhos se formem o mais precoce possível achando que desta forma irão cooperar para o desenvolvimento dentro do esporte, os clubes buscam de qualquer forma o garoto de mais alto nível, pois buscam títulos ao invés de pacientemente formar seus atletas e os treinadores por medo de perderem o emprego acabam praticando algumas injustiças com atletas que estão em pleno desenvolvimento motor, mas que não atingiram o nível desejado na visão destes treinadores.
Sem levarmos em consideração o aumento da violência, poucos espaços para a prática desportiva, os computadores e video-games, e alguns ¨professores¨ que nas escolas de esportes acabam especializando precocemente seus alunos, professores sem qualquer formação adequada e principalmente sem interesse de buscá-la, não sou contra ex atletas ministrando aula, mas deveriam buscar conhecimento em cursos e universidades, devemos destacar que no alto nível o técnico de futebol por vários motivos não consegue conciliar a profissão com o estudo, mas ele é auxiliado por profissionais capacitados (médicos, fisioterapeutas, preparadores físicos, nutricionistas, psicólogo, massagista), nas escolas de futebol  o professor além de técnico acaba fazendo de tudo um pouco, portanto deve se atualizar e se preparar para a formação dos nossos atletas, e o que é pior com a diminuição dos espaços e o crescimento das escolas de futebol, vemos muitos atletas oriundos dessas escolas o que não acontecia no passado.

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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O que é especialização precoce???



Quando pensamos na formação dos nossos atletas de futebol, um aspecto primordial para os profissionais da área é o conhecimento sobre o desenvolvimento motor. Esta importância lhe é atribuída devido a influência exercida pelos conteúdos aplicados em aula, que podem comprometer o desenvolvimento anatômico e/ou fisiológico, como na construção do acervo motor pelas crianças e adolescentes.
Neste contexto, buscando em Gallahue e Ozmum (2005) um referencial de desenvolvimento motor, no qual está dividido em fases e estágios.
Temos que ressaltar que durante o período de formação em locais destinados a prática do futebol, essencialmente estará presente neste recipiente ambiental, a figura do técnico ou do professor de Educação Física.
È possível afirmar que, algumas crianças começam a andar primeiro que outras, tendo elas a mesma faixa etária. Neste cenário, está presente o princípio da individualidade biológica, assim como os estímulos presentes no ambiente onde vive.
Ao relacionar os conceitos anteriormente expressos a respeito do tema desenvolvimento motor ao ensino do esporte, podemos refletir em relação aos conteúdos aplicados (fator ambiental) em escolinhas e clubes de futebol, abordando uma questão importante no contexto da formação dos atletas de futebol, que é a chamada especialização precoce. Para isso, vamos ater-nos á duas últimas fases de desenvolvimento, pois é faixa etária na qual, normalmente, se inicia a aprendizagem esportiva, assim como eleva-se a frequência da prática do esporte.
Entende-se por especialização esportiva o período em que se adotam programas e métodos de treinamento especializados. É quando a criança pratica sistematicamente, principalmente, um único esporte, tendo como objetivo participar de competições e aprimorar a técnica dos fundamentos, assim como desenvolver conhecimentos táticos e as capacidades físicas exigidas para aquela modalidade esportiva (Santana, 2001).
Paes (1996), aponta que devido a cobrança excessivas por resultados positivos em competições, nas categorias de base, os jovens são avaliados por suas capacidades físicas, pelo seu desenvolvimento diferenciado comparado as outras crianças ou jovens, levando-os a exercer uma determinada função ou posição específica, a qual, consequentemente, implicará no treinamento limitado das especificidades técnicas daquela posição. Este procedimento terá resultados imediatos para a equipe. por outro lado, considerando a formação motora do atleta e sua mudança de categoria, o mesmo sucesso dificilmente será alcançado, como coloca o próprio autor:
                     
[....] terá uma serie de dificuldades, quase que insuperáveis para   exercer  a função que lhe foi ensinada no primeiro período de aprendizagem, pois na atual categoria, ele dependerá de outros elementos fundamentais que não lhes foram oferecidos no devido estágio. ( Paes, 1996. p. 56).

Dentro deste contexto, as crianças são submetidas a exercícios extremamente desgastantes, cópias fidedignas do treinamento dos adultos, onde realizam inúmeras repetições do mesmo movimento fora do contexto de jogo, com o objetivo de aprimorar ou refinar as técnicas usualmente utilizadas em determinadas posições, em fases onde o primordial não é a execução perfeita da técnica, e sim, a experimentação e aquisição de experiências motoras diversas que auxilie na construção de um repertório de respostas motrizes rico em possibilidades frente aos desafios do esporte. 
Segundo Oliveira (1998, p34):



Mesmo tratando-se de especializar, nada deve ser antecipado: a precocidade pode cercear a variabilidade de movimentos e prejudicar o desenvolvimento motor, comprometendo o futuro tanto pessoal quanto esportivo do indivíduo. Aliás, a precocidade é um fator que, comumente, encontramos no esporte e revela um triste quadro de desconhecimento do que significa desenvolvimento motor e suas implicações sobre a vida.
A especialização é inevitável no esporte de alto nível, entretanto a aquisição das habilidades motoras especiais tem que ocorrer no tempo certo. o trabalho deve ser pautado em uma estrutura de treinamento adequado ao desenvolvimento individual, proporcionando uma formação básica múltipla, garantindo a aquisição de movimentos coordenativos gerais (Weineck, 2000).
Sabe-se que necessariamente ao longo do processo de formação do atleta a especialização irá acontecer, mas quando acontece precocemente, estamos cerceando o direito da criança de desenvolver padrões de movimentos gerais, básico ou essenciais para seu desenvolvimento motor. Além disso, carregam as implicações de serem considerados ¨mini adultos¨, trazendo consigo todos os anseios, as pressões, as cobranças, a preocupação com o rendimento, em fases que o chamariz deve ser o brincar, o aprender, o prazer em praticar esporte.
Nesse sentido, Scaglia (2003, p. 61) indaga que ¨o esporte deve permitir ao iniciante a obtenção de uma cultura corporal, proporcionando ao jovem uma aprendizagem motora adequada¨, culminando na fase pré-escolar e escolar em um processo ensino-aprendizagem embasado em atividades e esporte diversificados, privilegiando a formação motora geral, para numa fase posterior iniciar o aprimoramento da técnica.
Tal pensamento vai ao encontro do raciocínio de Freire (2008), que enfatiza a necessidade de um ambiente rico em brincadeiras e sem sistematização rígidas, transformando o esporte em um momento prazeroso e motivador, para que estas experiências favoreçam as construções motoras, sociais e cognitivas do praticante. Sendo assim, o autor apresenta a¨ pedagogia da rua¨, proposta que visa a valorização da cultura popular relacionada ao futebol. As brincadeiras e jogos comumente praticados por crianças e adolescentes nas ruas, nos parques, nas escolas, devem ser preservados, isto é, além de respeitar e atribuir a devida importância aos conhecimentos prévios a respeito do esporte, amplia-se as possibilidades de aprendizagem, assim como a formação primordial de uma base motora consistente e preparada para futuros treinamentos mais específicos.
A partir deste estudo, percebemos a relevância do tema desenvolvimento motor e a enorme responsabilidade de professores de educação física e técnicos de futebol diretamente envolvidos nas categorias de base, pois lhe é concebido o poder de direcionar e influenciar o desenvolvimento dessas crianças e adolescentes praticantes do esporte.

(Autor: Márcio Vinhão)

Olá?
Fiz questão de iniciar o artigo com este texto que mostra de forma bem objetiva, o que na minha opinião é um dos fatores determinantes para a má formação de nossos atletas, e por consequência a dispensa e o encerramento da carreira de muitos jogadores de futebol promissores em nosso país; para se ter uma ideia, o autor foi meu colega de turma na especialização em Futebol e Futsal, e ele no seu trabalho de conclusão de curso, realizou uma pesquisa em alguns clubes de futebol, instituições tradicionais em nosso país, sua pesquisa foi focada nas categorias de base, e para espanto geral, muitos profissionais, alguns deles bem conhecidos dentro do futebol, não souberam, ou não responderam a pergunta que uso como título deste artigo.
Ouço da boca de vários técnicos de alto nível, que os atletas da base não estão preparados para jogar no time de cima, será qua a culpa é dos nossos atletas?
Os profissionais que trabalham na área estão devidamente preparados para tal função?

Até!

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Quem Inventou o futebol?




Olá pessoal, estamos iniciando mais um ano e espero que novas ideias sejam colocadas em prática, vou iniciar com um texto do Prof. Dr. Alcides José Scaglia, que foi um dos meus mestres na especialização em Futebol e Futsal, leiam e reflitam.

Quem inventou o futebol?
Prof. Dr. Alcides Scaglia
                Certo dia, lendo uma reportagem sobre o futebol na Inglaterra, deparei-me com a seguinte frase: “A Inglaterra, o berço do futebol moderno...” 
                Essa frase me chamou atenção, não por não saber que foi na Inglaterra que se deu o surgimento do nosso futebol, mas, sim, a expressão: “futebol moderno”. Existiu, portanto, um futebol antigo? E o moderno já não ficou ultrapassado?
Debrucei-me a pesquisar, e não foi difícil constatar que existiram vários jogos anteriores ao futebol, os quais, podemos dizer, pertencem à sua árvore genealógica.
                Na China e no Japão, por volta de 4.000 e 5.000 anos a.c., eram praticados os jogos conhecidos como: Ts’u chu e Kemari. Já na Grécia antiga encontramos o Epyskiros. Avançando no tempo, junto à dominação e consolidação do Império Romano, temos o Harpastum. Depois, invadindo a sombria idade média, descobrimos o Soule ou jogo das multidões, muito praticado na Bretanha, e o Calcio, como até hoje é chamado o futebol na Itália. Mas foi na Inglaterra, no ano de 1863, que as regras do futebol foram lapidadas e universalizadas, transformando o, até então, jogo de bola no esporte futebol, o futebol moderno.
Porém, quem pensa que o futebol moderno sobrevive até hoje está muito enganado. O futebol moderno, principalmente durante o longo período de sua estada em território nacional – desde 1894 -, sofreu um processo de transformação. Nossas crianças, inconformadas com a obrigatoriedade de se jogar sempre da mesma maneira, metamorfosearam o futebol moderno, reinventaram um novo futebol a partir de uma infinidade de pequenos jogos que utilizavam para brincar nos campinhos e terrenos baldios. Quem nunca jogou uma rebatida, ou então: três dentro três fora, tenteio, golzinho, gol caixote, bobinho, embaixadinha, casquinha, levanta a saia, gol de cabeça, controle, linha, driblinho, cada um por si, timinho...?
                Resultado disso, o Brasil reinventou o futebol, deixou para trás o moderno, para rebatizá-lo com o nome de Futebol Arte. E foi com arte que nossa seleção venceu cinco campeonatos mundiais e revelou ao mundo artistas como: Leonidas da Silva, Pelé, Garrincha, Romário, entre muitos, mas muitos outros.
                Contudo, o futebol arte já viveu os seus dias de glória, atualmente um novo futebol foi inventado. Por quem? Ainda não sei, mas este futebol contemporâneo - se assim podemos chamá-lo -, está muito mais perto da guerra e cada vez mais longe da arte. Inspira muito mais a violência do que a genialidade espontânea advinda da alegria. Tornou-se religião ao invés de diversão. Dinheiro, muito dinheiro, em detrimento ao prazer...
                Todavia, como todo saudosista, sonhador e revolucionário tenho a esperança que logo outras crianças se libertem das amarras impostas pela nossa sociedade e, transgredindo a ordem do jogo, reinventem um novo futebol. Portanto: LIBERDADE ÀS CRIANÇAS, para o bem de nosso futebol.

Continua o meu questionamento: vamos repensar o futebol?

Criança no Esporte

Este artigo é muito interessante, leiam!  CAMPOS, Wagner; BRUM, Vilma Pinheiro. Criança no Esporte . Midiograph: Londrina. 2004.   CAPÍT...