Quando ligamos a TV,o rádio e na internet, nos programas e colunas esportivas, os apaixonados por futebol chegam a uma conclusão, realmente não existem mais craques em evidência no país, chegamos ao ponto que em um campeonato brasileiro realizado há algum tempo, os jogadores em evidência não eram do Brasil. O que está acontecendo com o nosso futebol? Será que mudou tanto assim? O treinamento físico intenso com o propósito de ganho de força, velocidade e resistência, estão acabando com a nossa maneira de jogar futebol, estão transformando nossos jogadores em atletas "duros", sem jogo de cintura, visando exclusivamente o mercado europeu.
O que está acontecendo? Será que estamos aceitando tudo isso de maneira passiva?
O futebol tornou-se uma grande fonte de renda, muitas pessoas estão lucrando cada vez mais com este esporte, e em ano de Copa do Mundo só se fala em futebol, gera lucros, trabalho e oportunidades de mudança de vida de muitas pessoas. Toda essa explosão de Marketing, Gestões Administrativas, gerenciamentos e lucratividade se esquece de uma coisa, estamos lidando com seres humanos, e como tal, com emoções, esquecemos que pra chegar até um clube profissional o "atleta", passa por inúmeras situações que poucos conseguem entender.
Alguns dizem: "esse garoto tem um dom divino", "é iluminado", "a sua estrela estava brilhando", estamos nos esquecendo que até o profissional o nosso garoto passou e memorizou intuitivamente todos os movimentos, situações e gestos específicos da modalidade.
Mas com o passar do tempo os campos de várzea foram diminuindo, os espaços ficando escassos, a violência está por toda parte, e ainda temos os famosos vídeos games, que estão tomando grande parte do lazer de crianças por todo o país.
Não quero dizer que devemos acabar com algumas formas de lazer, não é isso, estou dizendo como profissional da área de movimento corporal, que os estímulos estão diminuindo drasticamente, e com isso nossos craques.
Uma vez durante um curso sobre futebol, ouvi um professor nos perguntar: E se o Pelé tivesse nascido na Finlândia será que ele teria sido o "Rei do Futebol"?
Fiquei pensando nessa pergunta por muitos dias e tentei voltar no tempo, na minha imaginação é claro, analisar o que o garoto "Pelé" fazia para se divertir; primeiro em Três Corações nas Minas Gerais, e depois em Bauru, interior do estado de São Paulo, muito espaço, rios, ruas de terra batida, pouca violência, muitos campinhos de futebol, imagino a liberdade de movimento que ele tinha. È claro que se levarmos em consideração os apecto científico, o atleta "Edson Arantes do Nascimento" foi privilegiado geneticamente, mas esse privilégio de nada iria adiantar se ele tivesse nascido em outro país, que não o estimulasse a praticar o futebol.
O meio ambiente, os locais que frequentava, estimulou o garoto desde cedo a tonar-se uma lenda; pensando neste aspecto escolinhas de futebol e clubes de base garimpam e formam garotos todos os anos em busca de uma jóia rara, mas esquecem que os tempos de hoje não são como de décadas atrás, e infelizmente as crianças não se movimentam com tanta liberdade, os poucos espaços que restam estão cercados por violência, e na escola de ensino onde o menino tem o primeiro contato com um profissional de Educação Física, muitas vezes o trabalho é desmotivado e sem objetivos específicos, nós os "professores" e nosso sistema educacional, esquecemos que a criança necessita de movimento em forma de brincadeira descontraida, mas organizada, planejada e direcionada a desenvolver todos os aspectos do desenvolvimento humano.
Como no título do texto, a pergunta fica para quem quiser responder: E se o "Pelé" tivesse nascido na Finlândia, será que ele seria o "Rei do Futebol?"
O Brasil forma jogadores de futebol, "os craques", ou já nascem prontos?
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Prof. Esp. Adelson Antonio de Souza