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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Vamos repensar o futebol?



Olá?
Trabalho com futebol e agora com futsal pelo menos há 15 anos, durante esse período procurei prestar atenção em toda informação, conteúdo literário e em profissionais atuantes no futebol para que eu pudesse absorver toda informação possível e com isso, melhorar meus treinos e aulas, crescer profissionalmente.
Aguardei algumas horas para verificar alguns comentários sobre a final entre Santos e Barcelona, e todos eram unânimes em afirmar que o Santos (e nós brasileiros) tomamos uma aula de futebol, muitos ironizavam a equipe santista, mas temo pelo futebol brasileiro; em alguns artigos publicados neste blog, eu já previa todas essas dificuldades encontradas na tão esperada final.
A decepção era enorme, a gozação dos torcedores de outras times então nem se fala...! Mas vamos ser mais abrangentes e analisar o contexto: posse de bola, quantidades de passes certos, movimentação constante, passes rápidos com no máximo 30 metros, dois toques na bola e muitas vezes um toque só, infiltração dos meias e volantes, poucos cruzamentos com bola alta na área, marcação no campo de ataque, compactação da equipe, passagem dos laterais nas costas dos zagueiros, sem contar a qualidade técnica dos atletas do Barcelona; e o técnico Guardiola em entrevista coletiva disse que os seus avôs relatavam que era com essa forma de jogar que o Brasil encantou o mundo, que ironia.........
Tenho afirmado em meus artigos, devemos repensar a formação de nossos atletas, enquanto ficamos achando que somos o país do futebol, eles estudam, trabalham e suam a camisa, temos que ser mais humildes e tomarmos uma atitude rápido, pois o futuro será complicado, muito complicado. 


domingo, 6 de novembro de 2011

Habilidade ou criatividade.



Olá?
Escolhi estes dois aspectos para relembrar algumas discussões em todos os âmbitos profissionais; de acordo com os significados das palavras, literalmente são:
Habilidade: O conceito de habilidade provém do termo latino "habilĭtas" e refere-se à capacidade e à disposição para (fazer) algo. De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, a habilidade é aquilo que uma pessoa executa com talento e destreza e o enredo disposto com engenho, artimanha e perícia.
Criatividade: A criatividade é a faculdade de criar ou o potencial criativo. Consiste em encontrar métodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou diferente do habitual, com a intenção de satisfazer um propósito. A criatividade permite cumprir os desejos de forma mais rápida, fácil, eficiente ou econômica.
Fiz questão de colocar a definição para esclarecer ao máximo qualquer dúvida. Dentro de qualquer empresa, procuram-se pessoas com esses dois aspectos juntos ou na pior das hipóteses uma das características definidas acima.
No futebol não é diferente, na procura por atletas nas categorias de base que em sua formação, a criatividade e a habilidade tenham sido bem trabalhadas.
Gostaria de expor essas duas qualidades tão essenciais em dois vídeos, e faço a seguinte pergunta:
Para você em qual dos dois exemplos pode ser identificado como criatividade ou habilidade.


Gostaria de salientar que habilidade, em se tratando de movimento corporal, é o gesto motor repetido inúmeras vezes, e que ao longo do tempo acaba sendo inserido no repertório do indivíduo, essa característica pode ser  desenvolvida com o treinamento tecnicista ou mecanicista.
Já a criatividade é um aspecto bem complexo e que um treinamento mecanicista não conseguirá resultado positivo, esta qualidade é desenvolvida por toda a vida. O treinamento do futebol deve ser realizado de forma global, fazendo com que o atleta na sua formação consiga vivenciar todas as situações possíveis dentro do esporte , e com isso  desenvolver sua capacidade de resolver rapidamente os problemas encontrados.

Prof. Esp. Adelson Souza. 

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domingo, 9 de outubro de 2011

Futebol e Futsal: Como ensinar?



Olá?
Estou verificando e analisando alguns sites e blogs sobre aprendizagem e treinamento do futebol e futsal, e durante meus estudos verifiquei que ainda muito é questionado e discutido, mas pouco é colocado em prática, nos meus artigos procuro enfatizar sobre todos os aspectos da aprendizagem e treinamento.
Sigo alguns autores e vou destacar neste artigo alguns trechos do Prof. Dr. Alcides Scaglia, que foi um de meus mestres na pós-graduação.
Uma construção metodológica para o ensino dos esportes coletivos, ou seja sempre devemos iniciar do mais fácil para o mais complexo, nunca o contrário, incluir sempre novos desafios para estimular os alunos ao máximo, segundo suas fases de desenvolvimento, utilizar a compreensão do jogo a partir de sua complexidade, para Scaglia (1999b, 2003) e Scaglia e Souza (2004), o jogo é uma unidade complexa, em que o todo não pode ser compreendido pelas partes isoladas.
O jogo não se reduz a partes isoladas e, quando o faz dessa forma, perde seu contexto funcional sistêmico, organizacional, de imprevisibilidade, de cooperação, de autorregulação.
Estou citando meu renomado professor com o objetivo de esclarecer algumas dúvidas sobre ensinar o futebol/futsal, Scaglia destaca que não basta somente jogar bem para também ensinar bem esportes, situação normalmente encontrada em escolinhas de esporte com ex-jogadores na função de professor.
Scaglia (1999b), entrevistou oito professores (sendo quatro ex-jogadores) de escolinha de futebol com o objetivo de saber como eles haviam aprendido a jogar, percebeu que as respostas dadas não condiziam com a realidade praticada por eles quando se propunham a ensinar futebol. Os professores relatavam que aprenderam a jogar nas ruas, nos campinhos de terra batida, jogos/brincadeiras com bola nos pés, etc., mas nas aulas suas práticas pedagógicas eram totalmente mecanicistas ou tecnicistas (baseada somente na repetição do gesto motor) e estereotipadas na busca por resultados imediatos. Para Scaglia (1999a-b, 2003) esse modelo pouco contribui para o desenvolvimento de jogadores conhecedores do jogo, um craque capaz de ¨compreender a dinâmica do jogo¨ (Sgaglia, 1999b, p.22).
As aulas e treinamentos dos esportes coletivos devem ser baseadas no jogo e suas complexidades, a criança deve ser estimulada a pensar e tomar decisões, desenvolver sua capacidade cognitiva e passar por todas as situações possíveis, e sempre estar preparada para a imprevisibilidade que o esporte coletivo proporciona.
Não se deve basear as aulas e treinamentos somente em atividades puramente tecnicista ou mecanicista, a correção do gesto motor se faz necessária, mas o jogo é o objetivo, e o gesto motor fechado tornará o futuro atleta limitado.

Prof. Esp. Adelson Souza.

Referência Bibliográfica:

Reverdito, Riller Silva; Scaglia, Acides José. Pedagogia do esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte, 2009.  264p

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sábado, 17 de setembro de 2011

Futebol de Campo x Futsal.


Olá amigos.
Estava reparando que escrevo muito pouco sobre futsal não por falta de assunto, pois o futsal, da categoria dos esporte com bola nos pés, é mais o praticado no Brasil do que em comparação com o futebol de campo, isso se deve ao fato que com a destruição dos campos de várzea, o crescimento vertiginoso das cidades, as nossas crianças ficam limitadas as quadras da escolas ou do condomínio onde moram.
Mas observando atentamente, percebemos que as crianças que iniciam no futsal tem como objetivo uma transferência para o futebol de campo por vários motivos: o destaque do campo com relação ao futsal, a mídia e o profissionalismo com remuneração bem valorizada, e ainda uma atenção ao futsal com relação a dificuldade de prosseguimento na carreira. Talvez um passo importante será tornar o futsal, um esporte olímpico; mas vamos atentar para a formação do atleta de futsal e suas vantagens, em relação aos atletas formados exclusivamente no futebol de campo.
No futebol de campo, o treinamento muitas vezes fica restrito ao tão esperado coletivo, observando com atenção, percebendo que no jogo tradicional de 11 x 11, a criança toca poucas vezes na bola, e consequentemente aprende menos pois passa por poucas situações específicas do esporte e limita nossos futuros craques; uma solução seria realizar treinos em campos reduzidos, mas ainda questionado por muitos.
No futsal, o espaço já é reduzido, o contato com a bola é maior pois a quantidade de jogadores é menor, as situações vivenciadas são em número bem maior, sem contar que em um treinamento correto, os atletas tem que passar por todas as posições de linha e aprende a jogar pelas laterais da quadra, pela parte central, de maneira ofensiva e defensiva; temos que saber a forma e o tempo correto de transição do futsal para o futebol de campo, ou darmos mais oportunidades de prosseguimento no futsal na fase adulta.

Prof. Esp. Adelson Souza 

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Paradigmas.......????



Olá amigos.....?
Estava reparando quanto tempo fiquei sem escrever um artigo, durante este período fiquei pensando e queimando os neurônios para expressar algo importante; pensei em colocar algo relacionado ao treinamento precoce, que percebo ainda existir muito intensamente dentro do futebol, não só nas escolinhas de esportes, mas também em equipes de treinamento; pensei em destacar e comparar as formas de ensino, global ou analítico, ou seja um treinamento que estimula a criança em todos os aspectos (global), ou a forma fechada que divide o treino em etapas (analítico ou tecnicista), se preocupando mais com a técnica do gesto motor.
Enfim são muitos os aspectos a serem discutidos, e minha demora em escrever, foi devido ao fato que em meu recente local de trabalho vivo todas estas discussões e relembro os fatos discutidos no meu curso de especialização.
Como é difícil trabalhar com futebol no Brasil? Eu não entraria na sala de um advogado para dar palpites nos seus processos, nem mudaria a planta e desenhos de um engenheiro, muito menos me atreveria a comandar uma cirurgia, alegando que o médico não sabe o que está fazendo..... não tomaria uma atitude destas, no mínimo seria expulso da sala e processado, para não dizer preso por exercício ilegal da profissão. Mas no futebol não é assim todo mundo quer dar palpites, reclamar a forma de treinamento e ainda dar sugestões.....como se o curso de Educação Física, o Bacharelado em Treinamento Desportivo, vários cursos complementares e a especialização em Futebol e Futsal, além de alguns anos como atleta, não significassem nada.
Ouço grandes absurdos, infelizmente algumas pessoas depositam nos filhos toda a sua esperança de crescimento financeiro como pai de atleta no futebol, o que é pior, crianças com seis anos de idade; como vamos determinar o futuro dessas crianças no esporte se os próprios pais já exercem uma enorme pressão psicológica, a ignorância é assustadora.
Volto a frisar e destacar igualmente alguns dos grandes autores de treinamento desportivo e futebol, dos quais destaco: Alcides Scaglia, João Batista Freire, Wilton Santana, Pablo Juan Greco, Julio Garganta, entre outros tantos nomes; a importância do ensino e aprendizagem na infância e adolescência, de forma adequada e principalmente sem pular fases do desenvolvimento infantil, no passado nossos atletas aprendiam brincando na rua e nos campinhos de várzea, não driblavam cones.
Durante a transmissão do jogo Brasil x Argentina, o locutor Galvão Bueno, juntamente com sua equipe de comentaristas, destacou sentir saudades dos tempos em que os jogadores profissionais saiam dos campos de várzea; recordei da minha infância e a quantidade de campos a disposição, a segurança não era preocupação e nós tínhamos liberdade de movimento, sem contar das bricandeiras de rua, que infelizmente hoje estão esquecidas. Estamos limitando o acervo motor de nossas crianças, digo estamos, porque muitos professores para se manterem no cargo, se submetem as pressões de muitos pais, dirigentes e coordenadores, expondo seus alunos a treinamentos psicologicamente cansativos e desestimulantes, determinando o fim da carreira de muitos Robinhos, Romários, Pelés, Zicos, Garrinchas, Rivelinos e Tostões do futebol.

Prof. Esp. Adelson Souza

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domingo, 31 de julho de 2011

Futebol Arte.



Durante toda a minha vida acompanhando futebol, no rádio, tv e agora no mundo globalizado com a internet; ouço vários comentários sobre o futebol brasileiro, principalmente em comparação com o praticado na Europa.
Todos eram unânimes em afirmar que a força estava superando a qualidade técnica e a genialidade; que os esquemas criados por alguns treinadores dificultavam cada vez mais o comportamento do nossos craques, e que nos dias de hoje o treinamento físico estava ¨endurecendo¨ e deixando nossos gênios previsíveis.
Durante o jogo entre Santos e Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro de 2011, parece que as opiniões foram sendo mudadas e confirmado tudo o que alguns cientistas e estudiosos do futebol afirmam a muito tempo.
Nunca a força física vai superar a criatividade e a técnica de um atleta, o treinamento físico se faz necessário pois a intensidade de jogo mudou muito nas últimas décadas, e o organismo do atleta tem que estar preparado para suportar; com o avanço da medicina esportiva, e das ciências do treinamento e comportamento perante o stress físico, vemos muitos atletas de alto nível ainda na ativa mesmo após os trinta e cinco anos, fato que nas décadas passadas era muito raro.
Mas não estou discutindo a parte física, fiz apenas alguns esclarecimentos necessários, o que chamou a atenção de todos neste jogo da última quarta-feira dia 27 de agosto de 2011, foi a criatividade, a habilidade, a técnica, a lealdade, a genialidade e a compreensão de que o futebol é um espetáculo, e que as pessoas vão ao estádio ou ligam suas tvs, com o objetivo de que o tempo ali investido tenha valido a pena; e pelos comentários dos cronistas esportivos pelo Brasil e pelo mundo, foi que o nosso país volta a ser, como muitos conhecem o ¨país do futebol¨.

Obrigado futebol brasileiro.

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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Formar ou revelar atletas?



Estava assistindo ao jogo do Brasil e Dinamarca, pelo mundial sub 17, torcendo pelo Ademilson, um dos atacantes titulares da equipe, quando comecei a refletir sobre a questão colocada no título deste artigo.
Antes uma explicação bem sintetizada do motivo deste questionamento; esse atleta em questão foi aluno na escola de futebol onde eu trabalhava, ele como a maioria dos jogadores de futebol deste país vem de família humilde, mas que encontrou no futebol uma maneira de driblar os problemas do dia-a-dia, quando garoto por volta dos onze anos, foi levado a participar de um jogo contra as categorias de base do seu clube atual, diante de sua desenvoltura os avaliadores foram unânimes e chamaram-no para mais avaliações, como o alojamento só é permitido após os quatorze anos, ele continuou treinando conosco e participando de todos os torneios e campeonatos possíveis. Durante esses dois anos sobre a minha responsabilidade, e eu percebendo seu potencial, procurei encontrar meios e formas de cooperar para sua formação técnica, física e principalmente psicológica, estimulando a cognição e respeitando ao máximo suas fases de desenvolvimento.
Durante esse período de aproximadamente dois anos,  ele se apresentava no clube, em alguns períodos e era reavaliado, na última apresentação para definir sua situação, permaneceu lá e agora foi convocado para a seleção sub 17, já na estreia da equipe marcando dois gols e se destacando no jogo.
A minha pergunta é baseada em princípios científicos, em que todos os doutores e mestres do desenvolvimento e treinamento infantil, afirmam que a criança tem que ser estimulada sobre todos os aspectos durante toda a sua infância, que as atividades motoras em geral começam desde a primeira infância com brincadeiras que infelizmente estão entrando no esquecimento infantil, mas que serão fundamentais para o futuro atleta, não que somente isso vá determinar se o garoto vai ou não se tornar um craque, mas que se não realizado e estimulado de forma adequada pode limita-lo.
Neste mesmo blog tem um artigo que faz a seguinte pergunta ¨E se o Pelé tivesse nascido na Finlândia, ele seria o ¨O Rei do futebol¨? Com certeza não, apesar de ser geneticamente favorecido para a época em que atuava, o ambiente o estimulou e o formou, de forma intuitiva e muito adequada.
O clube tem que ter pessoas capacitadas para dar continuidade neste aspecto, sempre levando em consideração o desenvolvimento infantil e suas alterações, a formação do atleta começa bem antes que ele pense em se tornar  jogador de futebol, e o clube deve dar continuidade e o revelar.

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Prof. Esp. Adelson Antonio de Souza
  

sábado, 28 de maio de 2011

Bola no chão.



Durante as minhas aulas tenho a preocupação de orientar meus alunos o máximo possível, e utilizo o início, a metade e o fim dos treinos com esse objetivo, procuro salientar que devemos procurar trabalhar com a bola no chão para poder abrir espaços na equipe adversária e com isso poder aproveitar esses eventuais espaços, saliento também que bola alta, seja em um cruzamento, lançamento ou simplesmente em um chutão da zaga, deve ser usado com menos frequência, e a maioria das vezes o marcador leva vantagem sobre o atacante, e que este tipo de lance dá chances para a equipe adversária se organizar, destaco também que para se poder trabalhar o máximo com a bola no chão, devemos treinar além da qualidade técnica, a capacidade do atleta em resolver problemas em situações desfavoráveis, a capacidade cognitiva, ou seja o atleta inteligente, que se formos comparar com as gerações passadas de jogadores talvez esteja aí a diferença de termos no passado tantos craques atuando.
Enquanto assistia a final da Liga dos Campeões de 2011, entre o Barcelona e o Manchester United, eu lembrava das minhas palavras, duas equipes fortíssimas, mas enquanto uma utilizava o toque de bola, a outra vivia de contra ataques, bolas alçadas na área e chutões dos zagueiros e dos homens de meio de campo, e para comprovar as minhas observações o gol do Manchester também partiu com jogada pelo chão através de duas triangulações, observei também que a equipe do Barcelona, muitas vezes nem no escanteio colocava a bola na área, preferindo sair tocando e dessa forma abrir espaços na defesa adversária.
Para quem estava com saudade do futebol arte, técnico e com muita qualidade, teve neste jogo uma verdadeira aula de como se deve jogar futebol, se repararmos com mais atenção a média da estatura dos jogadores do Barcelona era bem inferior a dos ingleses.
Lembro também que há alguns anos destacavam a superioridade do futebol força, e que os atletas mais altos e fortes eram vistos com mais carinho por olheiros e valorizados no exterior, esse jogo prova justamente o contrário.
Não adianta tamanho e força se não houver qualidade, habilidade, criatividade e a capacidade de resolver problemas com os recursos disponíveis, temos que procurar ensinar nossas crianças e futuros atletas do futebol a desenvolver essas características.

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Prof. Esp. Adelson Antonio de Souza 

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A formação de jogadores.


No Brasil, temos milhares de praticantes de futebol, é um esporte tão fácil de ser praticado que basta apenas uma bola e um espaço, seja na rua, praça, ou terreno, que podemos jogar futebol e brincar, isso mesmo, muitas vezes esquecemos que o futebol tem uma característica que faz com que milhares de pessoas o pratiquem, é a brincadeira, a atividade lúdica.
Na atualidade devido as dificuldades com relação ao espaço, ou a falta de segurança em alguns locais, vemos centenas de crianças sendo matriculadas em escolinhas de futebol com o intuito de aprender a jogar o esporte mais popular do país, muitas dessas, sem profissionais habilitados para ensinar.
Na especialização em futebol que conclui, muitos mestres e doutores questionavam a ação do profissional de qualidade duvidosa na formação de nossas crianças, como poderiam esses profissionais cooperar de forma qualitativa na formação de nossos atletas? Como em um país de dimensões continentais como o nosso, pode formar uma quantidade tão pequena de jogadores? A qualidade técnica de nossos atletas é questionada a todo momento nos programas esportivos, será que a culpa é do atleta de má qualidade ou ele foi limitado na sua melhor fase de aprendizagem, a infância.
Se uma ou mais fases forem puladas na aprendizagem infantil, esse atleta com certeza terá muitos problemas em um nível mais avançado, ouço alguns críticos do futebol dizerem que antigamente tínhamos mais craques, quando o futebol era romântico. Será que mudou tanto assim?
Nas apresentações dos trabalhos de conclusões de curso, o TCC, fiquei aguardando a minha vez de apresentar e assistindo aos meus colegas de classe em suas apresentações, no trabalho anterior ao meu, nosso amigo de turma elaborou uma pesquisa e foi a campo tentando concretizar seu trabalho, definiu 40 clubes entre os mais conhecidos da primeira e segunda divisão do Brasil, entrou em contato via telefone para conseguir entrevistar seus profissionais das categorias de base, do total somente seis aprovaram a ideia, e mesmo assim alguns em um último instante desistiram ou cancelaram.
As questões foram basicamente focadas na formação dos treinadores, na forma do treinamento e na especialização precoce, para preocupação geral a entrevista foi realizada em grandes clubes do Brasil e ficou claro que alguns treinadores nunca participaram de cursos de aperfeiçoamento, também foi questionado sobre a forma de aprendizagem e a maioria dos treinadores afirmaram que não ensinam como eles mesmos aprenderam na infância, mas que por motivos profissionais tinham que ensinar daquela forma (totalmente tecnicista).
E o mais assustador, a maioria nunca havia ouvido falar em especialização precoce; se nos grandes clubes do futebol brasileiro está dessa forma. Como está sendo ensinado nessas tais escolas de futebol?
Temos que deixar de sermos hipócritas e assumir que não é  por termos o Rei do Futebol ou porque somos o país com maior número de títulos mundiais, é que vamos negligenciar a formação de nossas crianças, o próprio Rei falou quando fez o milésimo gol que temos que dar atenção as nossas crianças.

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Prof Esp. Adelson Antonio de Souza  

terça-feira, 10 de maio de 2011

Mais aulas de Educação Física melhoram o redimento geral na escola.



Aulas de educação física melhoram rendimento escolar. Para o corpo e para a mente
. 06/05/2011

Diminuir as atividades físicas e recreativas para que os estudantes fiquem mais tempo na sala de aula, em vez de melhorar as notas, tem um impacto negativo sobre o aprendizado.

A revelação foi feita durante a reunião anual das Sociedades Acadêmicas Pediátricas, que está se realizando em Denver, nos Estados Unidos.

O estudo reforça as evidências de que as atividades físicas são benéficas não apenas para o corpo, mas também para a mente.
Atividades físicas criativas

Kathryn King e Carly Scahill, pediatras do Hospital Infantil da Universidade da Carolina do Norte, testaram um programa de atividades físicas entre crianças do primeiro ao sexto ano, todas apresentando notas abaixo da média.

Antes do programa, as crianças tinham uma única sessão de atividades físicas de 40 minutos, uma vez por semana. As aulas de educação física foram estendidas para toda a semana - 40 minutos por dia, cinco dias por semana.

Mas não se trata apenas de correr, saltar ou fazer polichinelos. O programa envolve atividade de treinamento de movimentos, como traçar formatos no chão com giz ou dar nomes às cores de cada degrau enquanto saltam para baixo ou para cima por uma escada colorida.

Crianças maiores também participaram de exercícios monitorados em aparelhos, como uma esteira que mostrava noções de geografia enquanto a criança corria ou uma parede de alpinismo cujos números vão mudando conforme a criança ascende na escalada.

Mente sã em corpo são.

As pesquisadoras compararam as notas dos estudantes em testes padronizados antes e depois do programa de atividades físicas.

Os resultados mostraram que o tempo investido nas atividades físicas e lúdicas tem bom retorno.

O percentual de estudantes que atingiu a nota mínima passou de 55% antes, para 68,5% depois da participação no programa.
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Fonte do texto em português  Diário da Saúde

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As novas tendências na preparação física.


Estava lendo em um site sobre saúde e qualidade de vida, elaborado por médicos de várias especialidades, um artigo que me chamou a atenção, eram  destacados os problemas ocasionados por treinamento físicos sem qualquer orientação adequada.
A informação era sobre o excesso de treinos sem descanso adequado, dores repentinas sem acompanhamento médico e sobre o interesse em locais para a realização de atividades físicas, muitos desses sem o acompanhamento de um profissional da área de movimento corporal.
A quantidade de pessoas que se lesionam e que continuam a fazer exercícios muitas vezes de forma incorreta é absurda, cerca de 90% das pessoas que iniciam um programa de treinamento ou que já treinam, possuem alguma dor relacionada a atividade física e o que é pior a totalidade dessa dor é ocasionada por treinamento incorreto, falta de descanso adequado, ou excesso de atividades.
O Educador Físico, que seria o profissional adequado para lidar com a elaboração de programas de treinamento,  e que possui em sua formação disciplinas como: Biomecânica, Fisiologia do Exercício, Sociologia, Psicologia, Anatomia, Cinesiologia, Nutrição entre outras; ainda é ofuscado no mercado por pessoas que estão trabalhando sem a menor qualificação, ou seja, tem pessoas denominadas ¨professores¨ que sequer fizeram um curso de capacitação para ampliar seus conhecimentos; concordo que um ex atleta possa assimilar esses conhecimentos e somar às suas experiências no esporte, não concordo com aquele indivíduo que deixou o tempo passar não se especializou e depois de se aposentar como atleta, quer continuar a vida ministrando aulas, somente a experiência no esporte não é suficiente.
Durante uma reunião de pais no local onde trabalhava, questionei se alguma pessoa presente procuraria um médico, dentista, engenheiro, advogado, ou qualquer profissional sabendo que ele não era formado para exercer tal função, e a resposta foi unânime, claro que não. E porque a mesma preocupação não existe no caso de alguma atividade física, escolas de futebol ou atividades desportivas ?
Os conselhos regionais foram criados, após a regulamentação da profissão, para fiscalizar, dar apoio aos profissionais registrados e fazer cumprir a leis, realmente isto está acontecendo, mas devemos incentivar e orientar a população para que também denunciem qualquer tipo de irregularidade, afinal estamos lidando com seres humanos.

Prof. Esp. Adelson Antonio de Souza

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terça-feira, 3 de maio de 2011

Treinamento Físico, saúde e qualidade de vida.


Assistindo a um programa de TV, percebi que a preocupação com a saúde e exercícios físicos torna-se cada vez mais constante, mas eu pergunto, onde podemos afirmar que o exercício físico, da forma que alguns conhecem, de maneira dolorosa e até mesmo constrangedora pode melhorar a qualidade de vida de uma pessoa?
Vamos imaginar que o primeiro contato que um indivíduo tem com a atividade física, é na escola, a criança sabe até aquele momento que correr, pular, brincar de pega-pega, e outras brincadeiras de rua, eram realizadas de forma prazerosa, e a expectativa da primeira aula de Educação Física era até mesmo uma concretização da curiosidade; mas alguns tem  a maior decepção pois muitos profissionais do movimento corporal não estão preparados para incentivar e ministrar uma aula motivante e que possa realizar as expectativas das crianças, há também os profissionais que estão preparados para tal aula, mas o "sistema", não permite a realização das atividades propostas, as aulas de Educação Física ficam limitadas à bola de Futsal (quando existe na escola), e a brincadeiras livres, ou o que ainda é pior as aulas tronam-se massacrantes, dolorosas, desmotivantes e excluindo aquelas crianças que não possuem por diversos motivos, uma técnica mais apurada, ou que tem dificuldades de relacionamento.
E ainda questiono: Como a Educação Física pode fazer parte importante do currículo escolar, se muitos administradores, diretores e pessoas influentes dentro da educação do nosso país, fizeram parte daquele grupo citado acima, sem muita técnica, com dificuldades de relacionamentos ou tiveram uma experiência dolorosa nas aulas?
O que me deixa preocupado é que essas pessoas se estimulam por esses programas de TV, e que por motivo de saúde ou estético tem que iniciar uma atividade física, a maioria procura uma academia de ginástica ou musculação, e se deparam com professores e instrutores que os recebem com a pergunta: "Vamos Malhar?", é o primeiro passo para a desistência.
E como dizer para uma pessoa que qualidade de vida é subir cinco andares de escada, com o elevador a disposição; ir a padaria e ao mercado a pé, sendo que seu veículo está na garagem; todas essas modernidades foram criadas para facilitar, melhorar e deixar prática nossa vida, é a mesma coisa de dizer para uma mulher moderna para cozinhar em forno a lenha com panelas de ferro, usar o tanque ao invés da máquina de lavar, tudo isso é para melhorar nossa qualidade de vida, para que tenhamos mais tempo para lazer, diversão, família e praticarmos nosso futebol com os amigos, irmos a academia, caminharmos na praia e outras atividades que também melhoram nossa saúde.
Temos que refletir!

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Prof. Esp. Adelson Antonio de Souza

sábado, 30 de abril de 2011

Momento de mudar



Diante de tanta literatura e tantos artigos sobre futebol, depois de alguns cursos realizados e tantos anos vivenciando este esporte que apaixona milhões de pessoas pelo mundo afora, nós brasileiros temos que refletir sobre as mudanças que estão ocorrendo pelo mundo.
A Espanha é a atual campeã mundial, a Internazionale de Milão tornou-se recentemente campeã do torneio mundial de clubes, os africanos dentro do mercado do futebol em certos momentos são mais valorizados que os brasileiros, os argentinos ainda nos superam proporcionalmente em quantidade de jogadores exportados; e ainda vemos o futebol sendo administrados por pessoas que não tem a menor condição de fazê-lo, e vamos continuar afirmando que o Brasil é o país do futebol.
Em todas as profissões ou atividades funcionais, a organização, a disciplina e o profissionalismo são primordiais, em qualquer lugar do mundo paga-se muito bem para aquele que demonstra além das qualidades descritas, a criatividade e a facilidade para resolver possíveis problemas.
Se trouxemos isso para o futebol, podemos fazer algumas comparações:
- Organização: alguns clubes de futebol como o São Paulo, Atlético Paranaense, Internacional de Porto Alegre, Cruzeiro, se encaixam neste quadro, por isso sempre se destacam nas competições em que participam, é claro que existem outros, mas ainda é muito pouco.
Disciplina: cito como exemplo o nosso Rei ¨Pelé¨, me lembro que há alguns anos, assisti um documentário em que ele dizia que ao perceber uma deficiência, intuitivamente treinava para minimizar o erro, e na atualidade com Rogério Ceni, presenciei um treino no CT do São Paulo onde após o término,  ele ficava cerca de meia hora treinando, com os outros goleiros, as suas famosas cobranças de falta.
Profissionalismo: esse é um aspecto muito interessante, em qualquer profissão exige-se da pessoa o máximo de dedicação possível, e no futebol não é diferente, só que com uma carga de responsabilidade bem maior; o iniciante na base tem que se dedicar para conquistar seu espaço, depois, tem que manter esta meta com várias dificuldades, afinal tem que ser atleta 24 horas por dia.
Ainda tem a criatividade e a resolução de problemas, bem isso é cultural ou pelo menos deveria ser, mas aos poucos está mudando, nossos jogadores no geral, não são famosos pelos itens citados inicialmente, mas sim pela sua criatividade e através dela resolver problemas.
Nas minhas aulas afirmo o tempo todo que o futebol, como qualquer jogo coletivo é imprevisível, e como tal o atleta deverá ter um acervo motor bem amplo, se não, torna-se robotizado, duro, ¨gessado ¨,como alguns professores na pós graduação afirmavam, e  o pior, alguns desses atletas conseguem chegar ao tal ¨profissionalismo¨, é por isso que vemos em alguns jogos lances repetitivos, e sem o show que alguns esperam, não que a genialidade tenha acabado, nem o futebol força tenha superado a técnica, mas infelizmente alguns formadores de atletas ou possíveis formadores, por motivos profissionais, para não perderem seus empregos acabam tornando nossos atletas muito previsíveis.
E o que é pior na infância e adolescência, são preparados para o momento e não para o futuro.
É as coisas estão mudando, o que podemos esperar na próxima Copa?

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Prof. Esp. Adelson Antonio de Souza

Para que serve a categoria de base em um clube de futebol?



Ouço de alguns especialistas de futebol, que o Brasil é o maior formador de jogadores do mundo; que se o jogador brasileiro fosse mais dedicado e obediente taticamente, nós ganharíamos todas as copas.
Infelizmente acabo concordando com estas afirmações, mas também acredito que infelizmente ainda não é disponibilizado maiores recursos para a formação de jogadores de futebol no país.
Se vasculharmos a internet, veremos que muitos trabalhos são realizados, mas existe um grande obstáculo nestes trabalhos de formação, os garotos da base ficam a mercê de treinadores sem muita visão e muitas vezes despreparados para exercer tal função, muitos deles foram ex-jogadores e não buscaram formação acadêmica para exercer a profissão, não sou contra este fato, mas acho que como na formação educacional, os primeiros anos são de fundamental importância para as crianças, e um trabalho inadequado nesta fase pode encerrar prematuramente a carreira de um futuro atleta, é claro que o oposto também é verdadeiro, muitos profissionais com formação acadêmica também por pura vaidade não buscam novos conhecimentos e não se atualizam, param no tempo.
Outro dia enquanto assistia um programa esportivo, percebi que o convidado do dia era o Serginho, ex-jogador do São Paulo, Santos e Seleção Brasileira, quando foi questionado sobre a formação na base do clube que ele trabalhava no momento, o Santos, ele respondeu rapidamente sem dúvida nenhuma, que a base não tem que se preocupar em ganhar títulos, mas sim em formar jogadores.
Fiquei surpreso e ao mesmo tempo muito entusiasmado com a resposta dada pelo Serginho, é com o que deveria se preocupar os profissionais que atuam na base, mas infelizmente, resultado para nós significa ser campeão, e as vezes se paga um preço muito alto para se chegar neste objetivo, muitos garotos são submetidos a treinamentos exaustivos e passando por um processo de especialização precoce, ocasionando um desgaste físico e principalmente psicológico, determinando o fim dos sonhos de muitos garotos.
Temos que repensar nossas atitudes, reavaliar nossos objetivos e enfrentar tais fatos, é claro que muitas situações são impostas por pessoas que dirigem os clubes de forma totalmente passional, e pressionam os atletas e treinadores ao máximo, ameaçando em muitos casos de demissão ou encerramento de atividades, diante de tal situação infelizmente acabamos sucubindo às pressões e aceitando-as em troca de nossos empregos.
Temos que quebrar os paradigmas, mudar a visão e principalmente nossas atitudes.

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Prof. Adelson Antonio de Souza  

O que caracteriza resultado no futebol?



Fiquei observando e analisando esses quatro últimos anos dedicados ao futebol, mais precisamente a formação de atletas. No local onde trabalho aparecem todos os dias muitos garotos buscando o mesmo sonho, muitos deles incentivados pelos pais que depositam em seus filhos todas as suas vontades e desejos, e me lembro muito bem que nas minhas falas deixava bem claro que a minha maior preocupação era com o ser humano, a formação psicológica, cognitiva e emocional  de todos eles, e uso o futebol com esse objetivo; claro que nunca deixei de alimentar os sonhos de todos mas, deixava claro as dificuldades que o processo apresentava, mostrava que  nem sempre o campeão teria melhores oportunidades no esporte, muitas vezes aquele que aprende corrigindo seus erros é que poderia chegar mais longe.
Agora fiz um levantamento e percebi que alguns garotos entenderam o recado e abraçaram a ideia, pois no ano de 2010, alguns ex-alunos se destacaram na base de alguns clubes do estado de São Paulo, disputando o Campeonato Paulista.
São três no sub 15 do Atlético Clube Diadema, um no Olé Brasil, um no Jabaquara/Litoral, um no Comercial de Ribeirão Preto, um no São Vicente e um no São Paulo.
Isso é reflexo do dia-a-dia com conversas educativas e informativas, suor, dedicação, trabalho e muita motivação para superar as possíveis dificuldades.
Consegui resultados? É claro. Não fomos campeões de grandes torneios disputados pela escola em que trabalhava, mas o objetivo principal foi alcançado, formamos atletas, lapidamos pedra bruta e as mostramos para o mundo.
Ajudamos a formar cidadãos.
No ano de 2011, o trabalho continua com a mesma motivação.

Boa sorte à todos!

Prof. Esp. Adelson Antonio de Souza 

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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Contos do Futebol - Pedagogia do Cone (João Batista Freire)




Encontrei Dona Clotilde outro dia desses e ela insistiu, mais uma vez: ela queria porque queria assistir a uma aula dessas de escolinhas de esportes. Eu desconversei, mudei de assunto, tentei fazê-la desistir da ideia, mas não teve jeito. Por mais que eu afirmasse que era uma coisa chata, que ela iria se aborrecer, a boa velhinha insistiu e insistiu, até que eu cedi e a levei a uma Escolinha de Futebol, bem próxima ao local onde estávamos. No caminho ela me explicou que tinha muita curiosidade a respeito das coisas da Educação Física e que, no caso do Futebol, a curiosidade aumentava. Afinal, fomos campeões do mundo quatro vezes. E o que acontecia agora que não conseguíamos ganhar de mais ninguém?
Achei melhor que ela mesma constatasse.
Entramos no campo onde se realizavam as aulas e sentamos numa arquibancada lateral ao gramado. O professor estava começando a aula e havia umas trinta crianças, meninos e meninas, com idades entre oito e dez anos mais ou menos.
Primeiro ele deu um aquecimento, colocou a criançada em roda e a cada exercício que ele mostrava, o alunos iam repetindo. Ele flexionava o tronco à frente e contava até oito. Aí a garotada flexionava o tronco e contava bem alto até oito. Depois fazia uma abertura lateral e nessa posição, contava até oito. Foram uns dez exercícios de alongamento. As crianças, muito flexíveis, não tinham qualquer problema com alongamentos, ao contrário do professor, que era bastante rígido. Aí a Dona Clotilde me fez a pergunta que eu temia: por que o professor e as crianças tinham que contar até oito durante cada exercício? Tive que confessar que não sabia. Não será porque ele está ensinando as crianças a contar? Insistiu ela. Continuei dizendo que não sabia explicar isso. Ou será que é até onde ele sabe contar? Agora a velhinha já mostrava um tom de gozação. Fiz de conta que não ouvi, e tentei mudar de assunto. Mas aí é que a coisa piorou, começou a aula propriamente dita. Atentamente a minha amiga acompanhava a organização da aula de futebol. O professor colocou os alunos em fila, atrás de uma série de cinco cones, separados um do outro por uma distância de um três metros. Na frente da fila de cones, a uns dez metros, uma trave e um goleiro. Ao sinal do professor, o primeiro aluno da fila partia com a bola nos pés, zigue-zagueava entre os cones, passava a bola ao professor após ultrapassar o último cone, recebia a bola de volta e a chutava ao gol. Em seguida voltava para a fila e aguardava sua vez. Como a aula tinha trinta alunos, durante os trinta minutos que durou aquele exercício, cada aluno deu seis chutes ao gol. Eu impaciente, aguardando a pergunta da Dona Clotilde, que veio logo: Por que ele usa aqueles cones? Sinceramente minha amiga, não sei. Acho que é para melhorar a agilidade das crianças. Ela não ficou satisfeita: Escuta, mas, durante o jogo tem algum cone no campo para as crianças contornarem? Achei que a boa velhinha estava me gozando e fiquei quieto.
Ela continuou: Você reparou que elas passaram quase todo o tempo da aula na fila? Será que ele está ensinando os alunos a ficarem em fila? No jogo de futebol tem que fazer  fila antes de chutar no gol? E quanto mais eu fazia cara de aborrecido, mais ela se divertia.
Antes de nos despedirmos, ela tentou me consolar. Olha, João Batista, eu sei que não é assim que você dá aula. E ambos sabemos que Pelé e Garrincha nunca teriam aprendido futebol se tivessem feitos essas coisas que o professor ensinou às crianças. Mas, pelo menos aprendi uma coisa: Agora sei porque é que a nossa seleção apanha tanto de todo mundo . Não é só culpa do Ricardo Teixeira.

Texto retirado da aula - tema: Aprendizado e Treinamento do Futebol e Futsal (pós graduação) 

Para se pensar........
"Se uma pessoa simples sem qualquer formação específica, no caso a Dona Clotilde, pode analisar e verificar todos esses equívocos com relação ao ensino e treinamento do futebol, como é que "nós" os profissionais do movimento corporal e do futebol, seja na iniciação ou no treinamento especializado, não percebemos o erro, e o que é pior, nos recusamos a mudar e continuamos errando, cooperando de forma direta para a formação com nível cada vez menor de nossos jogadores de futebol".

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Prof. Esp. Adelson Antonio de Souza 

Formação de jogadores de futebol



Leio a todo momento em colunas esportivas, sites e nos programas na tv, sobre a formação dos nossos jogadores de futebol, tive a grata surpresa em perceber que as equipes que chegaram as finais da Copa São Paulo de Futebol Juniores, não se preocuparam somente com a força física, haviam jogadores com estatura média, mas com muita habilidade e inteligência.
Li num site acadêmico sobre futebol, um texto que tocava justamente nesse assunto, a preocupação com formação dos nossos atletas, a pressão que é exercida sobre as crianças desde o início, sim crianças, não devemos esquecer disto nunca .
A criança necessita de atividades e situações próprias para cada faixa etária, muitos profissionais do futebol não levam isso em consideração, e muitas vezes estão encerrando a carreira desses atletas mais cedo do que imaginamos.
A família que deveria ser um pilar sólido para que nossos "atletas mirins" pudessem se firmar para vencer seus obstáculos, muitas vezes age de maneira totalmente contrária, e ao invés de ajudar acaba atrapalhando, cobrando desses meninos o máximo de perfeição e dedicação, expondo-os a treinamento exaustivos; é claro que os pais, não tem a obrigação de saber cientificamente o que acontece no organismo infantil.
Talvez a frustração de não terem alcançados os objetivos como atletas ou com fins financeiros, os pais depositam toda essa esperança em cima dos filhos; a mídia coloca em destaque atletas renomados, que eram pobres e com muita carência, as vezes sem ter o que comer, agora mostra uma vida repleta de luzes e glamour, assédio de todos, salários altíssimos e talvez a solução de todos os problemas familiares.
Profissionais  da atividade física e instituições de ensino e desportivas, também tem parcela de culpa nesta situação, pois muitas deveriam dar suporte aos pais e principalmente a essas crianças, preparando-as para as frustrações e perdas, preocupando-se de forma concreta com a saúde física e psicológica, não que isso não ocorra, temos locais que essa questão realmente é levada a sério, mas infelizmente muitos outros ainda estão bem atrasados e o que é pior não tem a mínima preocupação com tal fato.
A grande questão são os profissionais que lidam diariamente com essas crianças, temos que entender que a criança não "é um adulto em miniatura", ela tem respostas a certas atividades bem diferentes dos adultos, mesmo assim temos "professores" por toda parte cometendo erros gravíssimos, observando treinos de adultos e aplicando nas nossas crianças, isto é um absurdo.
Vemos escolinhas e clubes de futebol espalhados por todo o país, muitos "profissionais" que nem ao menos procuram na literatura específica conhecimentos básicos para lidar com a formação, a explicação é que eles foram atletas profissionais de futebol, é claro que a experiência vivida não pode ser desprezada, não quero desconsiderar isto, mas ainda não é suficiente para suprir as deficiências encontradas na formação de atletas, a base é fundamental, costumo comparar à fundação de um prédio, "alicerce mal feito, prédio com queda evidente". Existem também professores formados em universidades que não buscam novos conhecimentos e assim se igualam aos empíricos, e muitas vezes até pior, não admitem questionamento, se acham donos da verdade.
As instituições deveriam ficar atentas a este problema, para que possam selecionar melhor seus profissionais, e assim, tentar chegar a um nível de excelência na formação de atletas, ou bem próximo disto.
A solução seria unir a experiência com a formação acadêmica, se não possível em um mesmo profissional, ter uma equipe multidisciplinar em aprendizagem e treinamento, com profissionais que estão realmente compromissados com o desenvolvimento do nosso futebol e principalmente com o desenvolvimento infantil.

Prof. Esp. Adelson Antonio de Souza
 

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E se o Pelé tivesse nascido na Finlândia?



Quando ligamos a TV,o rádio e na internet, nos programas e colunas esportivas, os apaixonados por futebol chegam a uma conclusão, realmente não existem mais craques em evidência no país, chegamos ao ponto que em um campeonato brasileiro realizado há algum tempo, os jogadores em evidência não eram do Brasil. O que está acontecendo com o nosso futebol? Será que mudou tanto assim? O treinamento físico intenso com o propósito de ganho de força, velocidade e resistência, estão acabando com a nossa maneira de jogar futebol, estão transformando nossos jogadores em atletas "duros", sem jogo de cintura, visando exclusivamente o mercado europeu.
O que está acontecendo? Será que estamos aceitando tudo isso de maneira passiva?
O futebol tornou-se uma grande fonte de renda, muitas pessoas estão lucrando cada vez mais com este esporte, e em ano de Copa do Mundo só se fala em futebol, gera lucros, trabalho e oportunidades de mudança de vida de muitas pessoas. Toda essa explosão de Marketing, Gestões Administrativas, gerenciamentos e lucratividade se esquece de uma coisa, estamos lidando com seres humanos, e como tal, com emoções, esquecemos que pra chegar até um clube profissional o "atleta", passa por inúmeras situações que poucos conseguem entender.
Alguns dizem: "esse garoto tem um dom divino", "é iluminado", "a sua estrela estava brilhando", estamos nos esquecendo que até o profissional o nosso garoto passou e memorizou intuitivamente todos os movimentos, situações e gestos específicos da modalidade.
Mas com o passar do tempo os campos de várzea foram diminuindo, os espaços ficando escassos, a violência está por toda parte, e ainda temos os famosos vídeos games, que estão tomando grande parte do lazer de crianças por todo o país.
Não quero dizer que devemos acabar com algumas formas de lazer, não é isso, estou dizendo como profissional da área de movimento corporal, que os estímulos estão diminuindo drasticamente, e com isso nossos craques.
Uma vez durante um curso sobre futebol, ouvi um professor nos perguntar: E se o Pelé tivesse nascido na Finlândia será que ele teria sido o "Rei do Futebol"?
Fiquei pensando nessa pergunta por muitos dias e tentei voltar no tempo, na minha imaginação é claro, analisar o que o garoto "Pelé" fazia para se divertir; primeiro em Três Corações nas Minas Gerais, e depois em Bauru, interior do estado de São Paulo, muito espaço, rios, ruas de terra batida, pouca violência, muitos campinhos de futebol, imagino a liberdade de movimento que ele tinha. È claro que se levarmos em consideração os apecto científico, o atleta "Edson Arantes do Nascimento" foi privilegiado geneticamente, mas esse privilégio de nada iria adiantar se ele tivesse nascido em outro país, que não o estimulasse a praticar o futebol.
O meio ambiente, os locais que frequentava, estimulou o garoto desde cedo a tonar-se uma lenda; pensando neste aspecto escolinhas de futebol e clubes de base garimpam e formam garotos todos os anos em busca de uma jóia rara, mas esquecem que os tempos de hoje não são como de décadas atrás, e infelizmente as crianças não se movimentam com tanta liberdade, os poucos espaços que restam estão cercados por violência, e na escola de ensino onde o menino tem o primeiro contato com um profissional de Educação Física, muitas vezes o trabalho é desmotivado e sem objetivos específicos, nós os "professores" e nosso sistema educacional, esquecemos que a criança necessita de movimento em forma de brincadeira descontraida, mas organizada, planejada e direcionada a desenvolver todos os aspectos do desenvolvimento humano.
Como no título do texto, a pergunta fica para quem quiser responder: E se o "Pelé" tivesse nascido na Finlândia, será que ele seria o "Rei do Futebol?"
O Brasil forma jogadores de futebol, "os craques", ou já nascem prontos?

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Prof. Esp. Adelson Antonio de Souza

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Características Físicas do Futebol



O futebol é uma modalidade esportiva que se caracteriza pela dificuldade de identificação com relação ao esforço físico. Na maratona ou nos 100 metros rasos é fácil perceber a predominância aeróbia ou anaeróbia, respectivamente; mas o futebol é um esporte que apresenta características bem particulares.
Por via das exigências analíticas se é forçado por vezes a separar o sujeito-atuante (motor), do sujeito-sentimento (afetivo) e do sujeito pensante (cognitivo), mas será perder de vista a indissociabilidade de todas as vertentes que caracterizam o homem em situação, o homem como unidade, uno na sua diversidade (SANTOS, 1992).
O futebol é modalidade esportiva intermitente, com constantes mudanças de intensidade e atividades. A imprevisibilidade dos acontecimentos e ações durante uma partida de exige que o atleta esteja preparado para reagir aos mais diferentes estímulos, da maneira mais eficiente possível (BARBANTI, 1996). REILLY (1997)  afirma que a maioria das atividades relacionadas com o futebol competitivo é intensa submáxima.
O futebol compreende vários tipos deslocamentos, embora a caminhada e o trote sejam predominantes. É necessário treinar a capacidade de resistência aeróbia para que os jogadores possam se movimentar durante os 90 minutos, com períodos de movimentos de alta intensidade, como acelerações em pequenas distâncias (YAMANEKA; ASAMI; TOGARI et al., citado por PERES, 1996).
De acordo com GARCIA, MUIÑO, e TELEÑA (1997), o futebol exige resistência, velocidade, agilidade e força. Para KUNZE (1987), o futebol exige uma série de capacidades físicas que se destacam a resistência, a velocidade e a força como princípios decisivos, mas também a agilidade e a flexibilidade.
Para SCHIMID e ALEJO (2002), o futebol requer força, potência, velocidade, agilidade e resistência. Destacam que, apesar da importância dessas capacidades, a velocidade é talvez a mais importante.
GARRET e KIRKENDALL, citado por OLIVEIRA (2000, p.55) afirmam que "a habilidade controlada com mudanças de direção, parece ser uma característica inerente aos jogadores de futebol ou de outros esportes coletivos".
O jogador deve possuir uma grande bagagem técnica, para que por meio da condição física possa estar apto a desenvolver estratégias e funções táticas (SANTOS, 1992).
Todos estes estudos tem um único objetivo: identificar o fator determinante para a melhora da performance no futebol, avaliar e quantificar as formas de treinamento buscando sempre atingir o mais alto nível técnico, físico e cognitivo.
O treinamento consciente deve unir a capacidade física com a cognitiva; a inteligência e a tomada de decisão ainda são e sempre serão fatores determinantes na busca de resultados positivos e na formação de jogadores de futebol.
  
Prof. Esp. Adelson Antonio de Souza

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terça-feira, 26 de abril de 2011

Simplesmente Futebol



Há alguns anos as nossas crianças tinham mais liberdade para se movimentarem e, assim, adquirirem uma grande acervo motor, que proporcionava uma melhora do rendimento no esporte; mas a violência das ruas, excesso de tempo na frente de vídeo games e computadores, além de uma formação esportiva com especialização cada vez mais precoce, estão de certa forma contribuindo para a escassez de craques.
Depois de alguns anos em escola pública, desenvolvendo projetos esportivos, realizando trabalhos sociais, e atualmente em escola de futebol, vivenciando o desenvolvimento de crianças e adolescentes no desporto, podemos afirmar que, com treinamento de forma adequada principalmente respeitando o desenvolvimento físico, motor e cognitivo; podemos resgatar o nosso verdadeiro futebol.
A proposta é uma formação global utilizando as mais variadas formas de jogos, preocupando-se principalmente com o estímulo da inteligência do futebolista, desenvolvendo a capacidade de superar as dificuldades encontradas durante um treinamento ou jogo, desenvolvendo não somente a técnica de movimento, mas a formação geral.
Devemos estimular o aprendizado, treinamento e desenvolvimento do futebol de forma racional e inteligente, planejada e organizada, com um único objetivo: formar jogadores que desenvolvam o futebol simples e objetivo, o futebol arte ou "simplesmente futebol".

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Prof. Esp. Adelson Antonio de Souza

Criança no Esporte

Este artigo é muito interessante, leiam!  CAMPOS, Wagner; BRUM, Vilma Pinheiro. Criança no Esporte . Midiograph: Londrina. 2004.   CAPÍT...